Peregrino do paraíso: o compêndio narrativo de Nuno Marques Pereira
Palavras-chave:
Compêndio Narrativo do Peregrino da América, literatura barroca, gramática da criação, alegoria, mito de Tamandaré, indianismo, ficção romântica
Resumo
Com a leitura do Compêndio Narrativo do Peregrino da América (1725‑1733), de Nuno Marques Pereira, pretende‑se mostrar a presença e a relevância de uma “gramática da criação” na ficção exemplar, moral e alegórica, da época barroca. A ocorrência do mito de Adão e Eva e a referência à história do dilúvio, uma das lendas indígenas, ganham, por outro lado, novas ressonâncias por entre a doutrina e o enredo. Com efeito, permitem uma interpretação da paisagem humana brasileira, de feição extremamente negativa, uma imagem a ser reconvertidapela releitura do mito de Tamandaré na ficção indianista de José de Alencar.