“Quero ir, mas tenho que ficar”: constrangimentos às práticas turísticas do mercado de turismo acessível em Portugal

  • Joana Pimentel Alves
  • Celeste Eusébio
  • Liliana Saraiva
  • Leonor Teixeira
Palavras-chave: Turismo acessível, pessoas com necessidades específicas, constrangimentos e motivações às práticas de atividades turísticas

Resumo

Em 2019, Portugal recebeu a distinção de Destino Turístico Acessível. Apesar deste reconhecimento internacional, na realidade muitas pessoas com necessidades específicas continuam a identificar inúmeros constrangimentos que as impedem de conseguirem aceder, de forma independente, com equidade e dignidade, a produtos turísticos. Este artigo tem como objetivo conhecer e analisar os constrangimentos que estão na origem da ausência de participação em atividades turísticas de pessoas com necessidades especiais, que integram o mercado do turismo acessível, em Portugal. Para dar resposta a este objetivo foi administrado um questionário a pessoas com necessidades específicas, nomeadamente pessoas com incapacidade (PcI), pessoas com alergias alimentares e respiratórias, grávidas e pessoas que utilizam carrinhos de bebé, sobre necessidades, constrangimentos e benefícios da prática de atividades turísticas. Responderam a este questionário 484 pessoas, 109 das quais sem participação em atividades turísticas (22,5% da amostra). Os resultados obtidos revelam que são, sobretudo, os constrangimentos estruturais aqueles que continuam a inibir as pessoas de participarem ativamente em atividades de turismo. Os dados apontam, também, para um sentimento de predisposição para a prática deste tipo de atividades pela maioria dos inquiridos. Torna-se, assim, evidente que a eliminação destas barreiras pode estimular a participação destas pessoas, impulsionando o mercado de turismo acessível em Portugal.

Publicado
2020-11-19
Como Citar
Alves, J., Eusébio, C., Saraiva, L., & Teixeira, L. (2020). “Quero ir, mas tenho que ficar”: constrangimentos às práticas turísticas do mercado de turismo acessível em Portugal. Revista Turismo & Desenvolvimento, (34), 81-97. https://doi.org/10.34624/rtd.v0i34.22348
Secção
Artigos