Forma Breve https://proa.ua.pt/index.php/formabreve <p>A&nbsp;<em>Forma Breve</em>&nbsp;é uma revista científica do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, com periodicidade anual e com arbitragem científica (avaliação por pares, duplamente anónima). Desde 2003, publica estudos inéditos e recensões bibliográficas, na área das Humanidades, com especial ênfase em estudos literários. Tem mantido um ritmo de publicação regular, desde o ano da sua criação, e trata-se de uma revista destinada a académicos e investigadores, tanto nacionais como estrangeiros, bem como ao público em geral.&nbsp; Desde o volume n.º 12 (2015) este periódico&nbsp;tem privilegiado a publicação de artigos provenientes de congressos organizados pelo grupo de investigação "Mitografias: Temas e Variações", da unidade de I&amp;D Centro de Línguas, Literaturas e Culturas (CLLC), da Universidade de Aveiro. A partir do volume n.º 17 (2021) a publicação da revista passa a ser exclusivamente&nbsp;<em>online</em>.<br>ISSN (impresso):&nbsp;1645-927X (apenas até ao volume n.º 16)<br> ISSN (em linha):&nbsp;2183-4709</p> pt-PT mbrasete@ua.pt (Maria Fernanda Brasete) sbidm-revistas-list@ua.pt (Biblioteca da Universidade de Aveiro) Seg, 16 Dez 2024 00:00:00 +0000 OJS 3.1.1.4 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Fineu em Apolónio de Rodes: homem piedoso e filantropo https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38340 <div class="page" title="Page 10"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Este artigo examina as razões que levaram Apolónio de Rodes a modificar a tradição ao carac- terizar Fineu na Argonáutica como um filantropo tão dedicado à humanidade que se coloca em risco. Em vez de ser um ancião calculista e impiedoso, Fineu quer aliviar o sofrimento da humanidade, aceita resignado o seu castigo e mantém-se temente aos deuses. A sua atitude paciente e a sua confiança no divino evocam algumas figuras bíblicas, como Finéias, o sacer- dote Heli e Job. Esta mudança cultural na epopeia helenística segue o espírito do próprio Ale- xandre o Grande, que tentou implementar uma administração mista e fundir as aristocracias persa e macedónia. Os famosos casamentos de Susa, em 324 a.C., deveriam marcar o início de uma era cosmopolita, que nunca passou de um sonho. Embora os desafios enfrentados pelos heróis na Argonáutica de Apolónio de Rodes ilustrem a hostilidade tradicional do mundo des- conhecido (Âmico, o rei pugilista, Eetes, o soberano inóspito, as rochas Ciâneas, a passagem marítima mortal), a reverência aos deuses e a solidariedade também estão presentes no itine- rário do novo herói.</p> </div> </div> </div> Ana Alexandra Alves de Sousa ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38340 Seg, 16 Dez 2024 08:46:29 +0000 Entre o Livro de Job e Fausto de Goethe: o homem posto à prova https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38343 <div class="page" title="Page 17"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>O nosso texto analisa a relação entre o Livro de Job e a obra Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe. Ambas as obras exploram temas como a fé, a redenção e a fragilidade humana, através da relação entre a humanidade e o divino.<br> No Livro de Job, o protagonista é testado pela sua fé e lealdade a Deus, apesar das adversidades. Já em Fausto, o protagonista é tentado pelo diabo a ceder aos prazeres terrenos e sucumbir ao pecado. Apesar das diferenças, as obras têm em comum a existência de um diálogo entre Deus e o diabo, e a ideia de um acordo entre o Bem e o Mal para testar ou tentar as personagens. Na obra Fausto, a busca do Absoluto é um tema central, refletindo a aspiração humana a algo maior, transcendente e eterno. A dualidade da alma humana, representada na relação entre Fausto e Mefistófeles, revela a complexidade e as contradições presentes nessa busca. Enquanto Job parte de uma situação próspera e enfrenta o infortúnio, Fausto está inicialmente preso em conhecimentos teóricos e é levado aos prazeres mundanos. Embora as provações sejam diferentes, ambas as histórias exploram a natureza da fé e a relação entre Deus e o homem. Apesar das diferenças, as obras compartilham a ideia de que Deus julga, mas os seus motivos e ações são distintos. Enquanto em Fausto Deus permite que as provações guiem a busca pela redenção, no Livro de Job Ele testa a fé da personagem e fortalece a sua relação com ela através do sofrimento.</p> </div> </div> </div> Ana Fernandes ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38343 Seg, 16 Dez 2024 08:47:28 +0000 Doença, sofrimento e ação divina em Ludlul bēl nēmeqi: o topos do Justo sofredor na antiga Mesopotâmia https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38346 <div class="page" title="Page 20"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>São conhecidos, desde os finais do III milénio a.C., alguns textos sapienciais mesopotâmicos que se centram no topos do Justo Sofredor, como o famoso poema babilónico Ludlul bēl nēmeqi. Estas composições relatam, de modo geral, a história de um indivíduo que vê o seu destino sucumbir pelo acumular de infortúnios, e, por isso, apela aos deuses, implorando pela resti- tuição da sua felicidade e bem-estar. Nesta conjuntura, e embora nem sempre explicitamente mencionada, a manifestação da doença como uma das múltiplas desgraças que recaem sobre o sofredor, assume-se como uma característica incontornável nestas narrativas.</p> <p>Nesse sentido, e tendo em consideração que, de acordo com o pensamento religioso mesopo- tâmico, qualquer acontecimento desfavorável era encarado como um sinal de abandono e/ou de castigo divino, este tipo de narrativa pressupõe a existência de um sofredor que clama ser inocente no seu comportamento. Assim, ao confessar uma inconsciência/desconhecimento da ofensa cometida que provocou uma resposta tão implacável por parte dos deuses, este indi- víduo torna-se um exemplo máximo da extensão dos caprichos e da injustiça divina sobre os assuntos e destinos da Humanidade.</p> <p>O presente artigo propõe explorar esta complexa relação entre doença, sofrimento humano e justiça divina, em Ludlul bēl nēmeqi, com referências comparativas a outros textos mesopotâmi- cos para contextualizar este tema. Através da análise dos motivos e das implicações teológicas presentes em Ludlul bēl nēmeqi, este artigo procurará determinar em que medida a noção de um sofredor inocente encontra expressão na literatura e, em última análise, no quadro mental destas populações da antiga Mesopotâmia.</p> </div> </div> </div> Ana Satiro, Isabel Gomes de Almeida ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38346 Seg, 16 Dez 2024 08:48:13 +0000 A poesia como exercício kenótico em “Os dias de Job” de José Tolentino Mendonça https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38349 <div class="page" title="Page 12"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Este artigo examina como o poema "Os Dias de Job", de José Tolentino Mendonça, reflete um exercício espiritual kenótico explorado em diferentes ângulos, nomeadamente desde teologia, literatura e filosofia, para abordar a vulnerabilidade humana e a dignidade. Nesse sentido, o texto explora as dimensões poéticas e políticas da espiritualidade, desde a interseção entre os referenciais teóricos de Michel Foucault, Michel de Certeau e Giorgio Agamben. Na poética de Tolentino, Job é interpretado como uma figura emblemática que transcende sua dimensão bíblica, revelando-se uma metáfora para a resiliência criativa e a luta ética em tempos de crise. A poesia é apresentada como um caminho anagógico para redescobrir a beleza indelével da vida, mesmo nas circunstâncias mais adversas, promovendo uma espiritualidade que resiste à lógica do descarte e reinventa formas de habitar o mundo.</p> </div> </div> </div> Alex Villas Boas ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38349 Seg, 16 Dez 2024 08:48:56 +0000 La tradición bíblica de Job en la comedia barroca española https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38352 <div class="page" title="Page 11"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>La historia de Job fue recogida, al igual que otras narraciones bíblicas, por los dramaturgos barrocos aficionados a llevar a los escenarios ejemplos moralizantes y religiosos. A pesar de que –según la tradición bibliográfica– fueron varias las comedias que trataron esta historia, solo se conoce una de autoría segura que ha llegado hasta nuestros días: Los trabajos de Job de Felipe Godínez. Los paralelismos de esta comedia con el relato bíblico plasman el respeto que el dramaturgo demostró ante el texto y la doctrina tridentina, pero también reflejan las adversidades que tuvo que soportar acusado injustamente ante la Inquisición por la que fue procesado. Vida y obra plantean un paralelismo donde Job es un ejemplo ante el infortunio.</p> </div> </div> </div> Elena Martínez Carro ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38352 Seg, 16 Dez 2024 08:49:34 +0000 O Livro de Jó: um dos paradigmas de Mon Cas https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38361 <div class="page" title="Page 10"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>A peça de teatro O meu caso (1957), de José Régio, foi o mote para o filme Mon cas (1986), do realizador português Manoel de Oliveira. Partindo do argumento proposto pela peça regiana, Manoel de Oliveira engendra o argumento de seu filme acrescentando elementos colhidos em Pour en finir et autres foirades, de Samuel Beckett, texto publicado em inglês, pela Still English Publhisher, em 1970, e em francês pelas Éditions de Minuit, em 1975, e no Livro de Jó, inscrito no Antigo Testamento. Este estudo pretende passar uma vista d’olhos sobre os dois primeiros textos, isto é, a peça portuguesa e a narrativa beckettiana, para fixar-se no texto bíblico, de modo a buscar os percursos que levaram o encenador português a traçar um paralelo que obviamente tem sua gênese no conceito de sofrimento, entre os discursos arrolados.</p> </div> </div> </div> Flavia Maria Corradin ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38361 Seg, 16 Dez 2024 08:50:14 +0000 “Who, being innocent, ever perished?” (Job 4,7): the book of Job and the doctrine of retribution https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38364 <div class="page" title="Page 16"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>O livro de Job só pode ser entendido tendo como pano de fundo a chamada doutrina da retri- buição: “quem faz o bem encontra o bem” e “o mal prejudica”. Esta doutrina procurou não só encorajar fazer o bem e abandonar o mal, mas também serviu como mecanismo explicativo: as coisas boas devem-se a boas ações, enquanto as más consequências devem ter sido causadas por más ações. Os autores do Antigo Testamento invocaram frequentemente esta doutrina numa tentativa de explicar as terríveis situações em que Israel se encontrou ao longo da his- tória. Ainda que, em muitos casos, a noção de retribuição pareça ser um conceito útil para explicar a calamidade e o sofrimento, quando o mal atinge as pessoas de bem, atinge-se o seu limite. Não é de estranhar que vários textos bíblicos sejam críticos da doutrina da retribuição e da suposta ideia de justiça em que se baseia. O livro de Job é talvez o melhor exemplo disso.</p> </div> </div> </div> Hans Ausloos ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38364 Seg, 16 Dez 2024 08:51:26 +0000 Luto, sofrimento e fidelidade familiar no ciclo mítico-literário de Inanna e Dumuzi https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38367 <div class="page" title="Page 14"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>O ciclo mítico-literário conhecido como Inanna e Dumuzi contempla uma série de composições redigidas em língua suméria que se focam na relação destas duas divindades, desde um entu- siástico processo de enamoramento até aos eventos dramáticos que rodeiam a morte de Dumuzi. No que diz respeito a esta, talvez o mais famoso episódio seja aquele patente na composição conhecida como A Descida de Inanna ao Inframundo onde, a dado momento, a deusa decreta a morte do seu amante. Porém, embora menos conhecidos, outros episódios deste ciclo assumem- -se como deveras interessantes no que diz respeito aos comportamentos expectáveis perante a perda de um ente querido. Neste artigo propomos assim revisitar estas composições com vista a analisar a ação arquetípica das suas personagens centrais, relativamente ao luto e sofrimento, para assim destacar os ideais de integridade e de fidelidade familiar que lhe estão subjacentes.</p> </div> </div> </div> Isabel Gomes de Almeida ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38367 Seg, 16 Dez 2024 08:52:16 +0000 Níveis semânticos da justiça no livro de Job https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38376 <div class="page" title="Page 20"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>O livro de Job é um caso muito singular e original na Bíblia; ele é também um exemplo bem representativo das incidências do humanismo e do tipo de investimento filosófico próprio das culturas da antiguidade pre-clássica. Nele, deparamo-nos com uma tentativa ingente para resolver um sentimento de aporia que afeta de maneira dramática o domínio da justiça e do humano, na fronteira profunda de conflito que se revela entre a ética e a teodiceia. Daí resulta um sentimento de solidão e vazio no horizonte do agir humano, vazio que soa a absurdo; e este conceito é epistemologicamente insuportável. Através de uma análise em sucessivos estados de dilema sobre os condicionamentos existenciais da justiça, a discussão desdobra-se numa verdadeira citação forense em que Deus é o acusado, e vai procedendo por múltiplas descons- truções contrapostas. A via de resolução recorre aos dinamismos de uma emoção estética transcendental, a convergir para um final que é de reconstrução, a fim de recuperar uma nova síntese de consciência sobre bases estéticas elementares e fundamentais e a permitir-se alguma ingenuidade em admitir as condições de vida do ponto de partida.</p> </div> </div> </div> José Augusto Ramos ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38376 Seg, 16 Dez 2024 08:53:04 +0000 Dom Pedro, Conde de Barcelos, entre o Livro de Job e o Eclesiastes https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38379 <div class="page" title="Page 13"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Num poema que faz parte do seu breve cancioneiro, Dom Pedro, Conde de Barcelos, realiza uma enigmática reflexão sobre a vida, a morte e, sobretudo, a potência divina, que tem susci- tado poucas atenções da parte da crítica, estando o seu entendimento longe de ser satisfatório. Referimo-nos à cantiga «Nom quer'a Deus por mia morte rogar», cuja releitura nos propomos realizar no presente artigo, tendo em conta o ambiente intelectual da época, caracterizado por uma acentuada deriva naturalista e aristotélica. Nesse contexto, são particularmente rele- vantes os comentários que incidiram no Livro de Job e no Eclesiastes, privilegiando este último.</p> </div> </div> </div> José Carlos Ribeiro Miranda ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38379 Seg, 16 Dez 2024 08:53:47 +0000 Figurações dramáticas de Job: da matriz bíblico-teológica a algumas variações literárias https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38382 <div class="page" title="Page 13"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Neste texto de enfoque teórico e analítico, será pertinente desenvolver uma reflexão em dois momentos complementares. Primeiro, no âmbito das fecundas relações entre a tradição bíblico- -religiosa e a tradição literária (teologia literária), cabe repensar a génese da representação da figura de Job – perfil simbólico e características maiores desta construção mitográfica. Em segundo lugar, partindo dos Estudos Teológicos e da sua hermenêutica do discurso bíblico sobre Job, é pertinente sistematizar algumas dominantes presentes em diversas interpretações literárias, em momentos diferentes da Literatura Portuguesa, desde o Classicismo e Manei- rismo, até à poesia contemporânea, numa recepção plural e evolutiva.</p> </div> </div> </div> José Cândido de Oliveira Martins ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38382 Seg, 16 Dez 2024 09:01:16 +0000 Jó e Adélia Prado: vozes narrativas e recepção https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38385 <div class="page" title="Page 11"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Este artigo inicia com o reconhecimento de que a voz narrativa presente nos segmentos em prosa na abertura e no final do livro de Jó (capítulos 1, 2 e 42.7-17) orienta o leitor na com- preensão do grande bloco poético do livro (capítulos 3 a 42.6). O passo seguinte constrói aná- lise comparativa com o poema de Adélia Prado: História de Jó, identificando a presença de citações e apropriações do bloco poético do livro bíblico. Por fim, explora a hipótese de que tal procedimento, ao eliminar o narrador original, permite a introdução de nova voz narrativa e a construção de novos sentidos.</p> </div> </div> </div> João Leonel ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38385 Seg, 16 Dez 2024 09:09:21 +0000 Job e a comédia do sofrimento em A Serious Man (2009), dos irmãos Coen https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38388 <div class="page" title="Page 7"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>O filme A Serious Man/Um homem sério (2009), de Joel e Ethan Coen, pode ser interpretado como uma paródia engenhosa e irreverente ao Livro de Job. No espírito da intertextualidade exoliterária e dos estudos comparatistas, o meu objetivo é estabelecer semelhanças, diferen- ças e relações entre a parábola bíblica e esta película. Analisarei as categorias narrativas do tempo e do espaço, a figura do protagonista, os principais eventos e a mensagem. Para tanto, recorro a entrevistas concedidas pelos irmãos Coen, a ensaios de cinéfilos e de teólogos e, naturalmente, à teoria da intertextualidade.</p> </div> </div> </div> João de Mancelos ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38388 Seg, 16 Dez 2024 10:14:20 +0000 Job. La aventura del sufrimiento. El dolor y la fe como marcas antropológicas. Una lectura en clave filosófica https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38391 <div class="page" title="Page 14"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Quizás una de las preguntas existenciales más elementales con la que una persona de fe debe luchar es por qué les suceden cosas malas a las personas buenas. Quizás esté allí la pregunta clave de todo existente humano que lo ubica en el topos de las situaciones límites.<br> El libro de Job es un relato que se inscribe en ese tipo de experiencia existencial. Job es un hom- bre justo que responde fielmente a pruebas difíciles que Dios le impone para poner a prueba su fe. La experiencia de Job nos convoca a reflexionar sobre esas preguntas que nos llaman a reconocer las causas del sufrimiento, la fragilidad antropológica y las razones para confiar en Dios, más allá del momento en que la vida nos parezca injusta.</p> </div> </div> </div> María Cecilia Colombani ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38391 Seg, 16 Dez 2024 10:16:55 +0000 O caso curioso de um escriba desacreditado (A.1258+): difamação e sofrimento na Mesopotâmia do séc. XVIII a.C. https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38394 <div class="page" title="Page 20"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>O presente artigo pretende oferecer uma tradução e análise detalhada da carta-salmo A.1258+, exumada no palácio real de Mari e datada do séc. XVIII a.C. O texto em questão corresponde a uma súplica endereçada por um escriba ao soberano Zimrî-Lîm e apresenta paralelismos com a célebre composição babilónica lulul bēl nēmeqi (O Justo Sofredor), que, por sua vez, devido aos temas abordados, foi equiparada ao Livro de Job. Deste modo, pretendemos debater, através da interpretação do texto, questões relacionadas com o papel do soberano, o sofrimento e a justiça.</p> </div> </div> </div> Maria de Fátima Rosa ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38394 Seg, 16 Dez 2024 10:17:47 +0000 Job, o justo infortúnio e a interpretação do sofrimento pelos amigos. Discursos de Elifaz https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38397 <div class="page" title="Page 10"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>A história de Job, conhecida como história de um justo infeliz, faz parte dos livros da Bíblia Sagrada, no Antigo Testamento, cujo autor é desconhecido, como muitos outros livros da Bíblia, sendo também, segundo estudiosos da Bíblia, conhecida como parte da “literatura sapiencial” e obra-prima do movimento de sabedoria. O Livro de Job e seus personagens nos leva a refletir sobre a questão da experiência humana no seu todo, partindo da conceção elevada de Deus e as considerações quanto ao homem, Satanás, justiça, redenção e ressurreição, por um lado; e nos convida, por outro, a analisar a problemática do sofrimento de um justo. Este artigo pretende interpretar os discursos de Elifaz, um dos três amigos-consoladores de Job, e a sua tomada de posição quanto ao sofrimento do seu amigo, e aos discursos de Job como direito de resposta. Pretendemos abordar a interpretação do sofrimento de Job na ótica do Elifaz, por ser a pri- meira pessoa a quem o narrador dá a palavra depois de Job ser entregue a Satanás, por ordem de Deus. Procuramos, nos discursos de Elifaz, analisar as questões levantadas em relação ao sofrimento de Job, questões que julgamos serem presentes até ao nosso tempo: o inocente pode ou não sofrer? Porque o justo é submetido às aflições? A experiência humana e a parte de Deus e/ou de Satanás no sofrimento humano. Para responder a essas e outras questões que poderão surgir ao longo do trabalho, teremos como textos de apoios, para além do Livro de Job, outros textos científicos e bíblicos que abordaram o tema da intervenção de Deus no sofrimento do homem, numa perspetiva exclusivamente literária.</p> </div> </div> </div> Michel Mutaia Kanianga ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38397 Seg, 16 Dez 2024 10:18:21 +0000 A recepção de Jó na literatura grega mais antiga https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38400 <div class="page" title="Page 10"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Devido ao seu ceticismo e a uma impaciência que beira a irreverência, o Jó retratado no Texto Massorético do Antigo Testamento é uma das figuras mais desafiadoras filosófica e teologi- camente da Bíblia. O tradutor original da Septuaginta de Jó forneceu uma tradução extrema- mente flexível que deu o primeiro passo para tornar a mensagem do livro menos problemá- tica num sentido teologico. No entanto, a diferença entre o Jó da Septuaginta e o Jó ideal do Cristianismo da Antiguidade Tardia e do início da Idade Média ainda é dramática e digna de nota. Este artigo traça a recepção de Jó na língua grega desde a Septuaginta até os primeiros textos da era cristã. Também compara o Jó nestes textos com o do Testamento de Jó, um texto cuja relação com o Cristianismo é complicada. Mostrará que a recepção patrística de Jó, bem como a do Testamento de Jó, já havia progredido muito em direção a uma tipologia que levaria a uma leitura cristã da história de Jó como um homem sagrado, um santo e um prefiguração ou tipo do próprio Cristo.</p> </div> </div> </div> Stephen Bay ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38400 Seg, 16 Dez 2024 10:18:58 +0000 Os movimentos argumentativos das emoções em discursos políticos https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38403 <div class="page" title="Page 17"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>A emoção, como forma de argumentação, sempre foi um elemento constitutivo dos discursos, surgindo já na Retórica de Aristóteles. Sejam as emoções reais (comunicação emocional) ou tenham fins discursivos (comunicação emotiva) (Plantin, 2000), o Locutor convoca-as para o seu discurso, usando diferentes modos de semiotização. O recurso às emoções é uma forma de agir sobre o alocutário, persuadindo-o em favor de uma determinada ideia ou captando a sua pietas. Trata-se, portanto, de uma técnica discursiva com potencial para alterar a disposição do auditório, convergindo para o aumento da eficácia de um argumento. No plano verbal, as emoções podem ser expressas, explicita ou implicitamente, ou construídas (“visée”, na termi- nologia de (Kerbrat-Orecchioni, 2000), recorrendo-se a termos de emoção ou outros termos descritivos, que convencionalmente são/estão associados a uma emoção. Além destes, são frequentemente utilizadas figuras retóricas, como a metáfora ou a hipérbole, que potenciam uma cena indutora de um estado de espírito que favorece a persuasão (Micheli, 2010). Embora sejam vistas, por vezes, como formas ornamentais, constituem ferramentas argumentativas, já que permitem apresentar um raciocínio de forma contundente (Reboul, 2004). A partir de um corpus de intervenções políticas proferidas por altos representantes do Estado, analisar-se- -á o material verbal, em particular as “palavras de emoção” e as figuras retóricas que contri- buem para a patemização do sofrimento e da (in)justiça. Procurar-se-á demonstrar que estes elementos integram movimentos argumentativos em favor de um raciocínio e alinhados com o propósito do produtor do texto de fazer com que o outro concorde, em absoluto, com o seu ponto de vista (Charaudeau, 2016).</p> </div> </div> </div> Sara Topete de Oliveira Pita ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38403 Seg, 16 Dez 2024 10:19:41 +0000 La figura de Job como motivo literario. El deseo de sentido ante el sufrimiento https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38406 <div class="page" title="Page 9"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Es sabido que el personaje bíblico de Job ha inspirado a pensadores y artistas de todas las épocas, de manera que en la historia de la cultura occidental su figura protagoniza numero- sos cuadros, esculturas y composiciones musicales, así como novelas y poesías. Mediante la exploración de las coincidencias y divergencias formales y temáticas que presentan algunas recreaciones literarias de la historia de Job, me propongo argumentar que este personaje ha dado lugar a un motivo literario, es decir, a la representación verbal de una situación típica que se repite, una situación estereotipada como la de otros motivos literarios identificados por la literatura comparada como ‘el amor imposible’ (representado por ejemplo en Romeo y Julieta) o ‘el injusto destierro’ (encarnado, entre otros, por El Cid). Para caracterizar el motivo litera- rio de Job será necesario analizar qué elementos de la historia bíblica perduran en las obras inspiradas en ella y qué transformación ha sufrido al adaptarse a épocas y cosmovisiones dis- tintas. ¿Es el deseo de una explicación racional ante el sufrimiento un elemento característico de este motivo literario? ¿Aporta propiamente una explicación al dolor el desenlace del relato bíblico? ¿y la novela filosófica de Voltaire Zadig (1747), la novela breve de Joseph Roth Job. His- toria de un hombre sencillo (1930) o el poemario Fragmentos del Libro de Job (1998) de Carlos Pujol?</p> </div> </div> </div> Teresa Vallès-Botey ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38406 Seg, 16 Dez 2024 10:20:27 +0000 Da dupla de escravos da comédia greco-latina à dupla dos moços de esporas de Quem tem farelos? de Gil Vicente. tradição e potencialidades dramáticas de um motivo clássico https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38409 <div class="page" title="Page 14"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>O recurso a duplas no teatro cómico é tão antigo quanto o próprio género. Considerando os testemunhos literários que a tradição clássica nos legou, Aristófanes ensaiou, com sucesso, este procedimento cómico. Menandro e Plauto não foram indiferentes a esta dupla e recuperaram- -na em algumas das suas peças. No teatro português, a dupla formada pelos moços de esporas que abre a farsa Quem tem farelos? de Gil Vicente é ilustrativa do processo de revivalismo ao qual se poderá ter prestado o dramaturgo de quinhentos. Caso singular na produção vicen- tina, o par constituído por Apariço e Ordoño readquire, numa primeira instância, os traços das duplas de escravos do teatro antigo, mas revela, depois, novas feições. Serão estas o resultado de uma metamorfose a que Gil Vicente terá submetido o motivo clássico da dupla cómica?</p> </div> </div> </div> Rui Tavares de Faria ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38409 Seg, 16 Dez 2024 10:21:02 +0000 Isabel Cristina Pires (2023). O Planeta Irreal. Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 116 pp https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38412 <p>Sem resumo disponível.</p> João de Mancelos ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/38412 Seg, 16 Dez 2024 10:21:42 +0000