https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/issue/feedForma Breve2025-11-13T11:09:26+00:00Maria Fernanda Brasetembrasete@ua.ptOpen Journal Systems<p>A <em>Forma Breve</em> é uma revista científica do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, com periodicidade anual e com arbitragem científica (avaliação por pares, duplamente anónima). Desde 2003, publica estudos inéditos e recensões bibliográficas, na área das Humanidades, com especial ênfase em estudos literários. Tem mantido um ritmo de publicação regular, desde o ano da sua criação, e trata-se de uma revista destinada a académicos e investigadores, tanto nacionais como estrangeiros, bem como ao público em geral. Desde o volume n.º 12 (2015) este periódico tem privilegiado a publicação de artigos provenientes de congressos organizados pelo grupo de investigação "Mitografias: Temas e Variações", da unidade de I&D Centro de Línguas, Literaturas e Culturas (CLLC), da Universidade de Aveiro. A partir do volume n.º 17 (2021) a publicação da revista passa a ser exclusivamente <em>online</em>.<br>ISSN (impresso): 1645-927X (apenas até ao volume n.º 16)<br> ISSN (em linha): 2183-4709</p>https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41387Celebrar Abril sob o signo de Antígona2025-11-13T11:09:26+00:00Carlos Moraiscmorais@ua.pt<p>Sem resumo disponível.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41390Hay muchas formas de morir. Antígona: re-leyendo el mito en clave antropológica. Poder, resistencia y dolor2025-11-12T18:25:28+00:00María Cecilia Colombaniceciliacolombani5@gmail.com<p>En este trabajo analizaremos Antígona, la tragedia sofoclea, a partir de ciertas coordenadas antropológicas presentes en la obra del tragediógrafo. En un primer segmento recorreremos la estructura del mito como operador de sentido. En un segundo segmento trabajaremos sobre lo que significa la presencia de un mito en el marco del escenario antropológico. En un tercero, abordaremos la obra de Sófocles a fin de relevar su contenido, lo dramático de la pieza, su juego teatral que, el papel de los personajes y su inserción en el marco de su tiempo histórico y su trans-temporalidad.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41393O genoma trágico de Antígona: transmissão e mutações do mito tebano2025-11-12T18:25:54+00:00Ana Paula Pintoappinto@ucp.pt<p>Muito antes de conquistar um inequívoco protagonismo na produção de todos os grandes tragediógrafos da Época Clássica ‒ que parecem ter vertido quase obsessivamente no seu caudal simbólico a sombra ominosa das lutas fratricidas contemporâneas ‒ a saga mítica de Tebas, alicerçada sobre a desventurada linha sucessória da família real inaugurada por Cadmo, ocorre em múltiplas alusões narrativas, desde o primordial testemunho poético da Ilíada e da Odisseia, que acabará por se replicar depois em múltiplas alusões dos vários poetas arcaicos, e detalhar--se na sequência narrativa do chamado Ciclo Épico Tebano.<br>Fundada sobre o núcleo simbólico de uma maldição, transmitida hereditariamente de pais a filhos, onde se multiplicam e agravam padrões de desvios e mecanismos de subversão, semelhantes aos de uma doença segregadora, a saga tebana ocorrerá também na transmissão textual, sequenciada por muito diversas versões narrativas, marcada por recorrentes incoerências. Ao abrigo deste peculiar enquadramento temático, propusemo-nos, pois, à semelhança de um exercício de sequenciação genética, descodificar o genoma de Antígona, analisando comparativamente as versões textuais antigas, e identificando os seus desvios e mutações narrativas. Pelo confronto das distintas versões, tentamos perceber em que medida a mundividência antiga aprofunda a convicção de que um erro ou desvio de comportamento, configurado como uma subversão à linearidade, pode assumir-se um motor de acção trágica para os infelizes mortais.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41396Antígonas de Sófocles e de Eurípides: um modelo de interlocução2025-11-12T18:26:23+00:00Maria de Fátima Silvafanp13@gmail.com<p>Sófocles obteve com a sua Antígona um enorme êxito, não apenas entre os seus contemporâneos, como ao longo de milénios. Ainda hoje esta sua criação de 441 a.C. continua a ser a tragédia mais representada e com maior repercussão em adaptações e reescritas.<br>No lastro dessa mesma popularidade, Eurípides compôs, anos mais tarde, a sua própria Antígona, uma peça para nós perdida, mas também ela popular na Antiguidade. Ao que testemunhos e fragmentos conservados nos permitem concluir, Eurípides retomou as traves-mestras da peça de Sófocles, mas, ao alterar-lhes a proporção, converteu uma tragédia de forte índole política numa peça de índole romanesca.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41399Antígona – A Noção Mítica de Justiça2025-11-12T18:26:43+00:00Jaa Torranojtorrano@usp.br<p>A análise hermenêutica da relação entre os episódios e os cantos corais, da sequência dos episódios e das reiterações em cada episódio mostra que o entrecho da tragédia Antígona de Sófocles se organiza e se sustenta em torno da noção mítica de correlação entre “Justiça” (Díke) e “Destino” (ou “Parte”, Moîra) e da noção tribal de justiça penal coletiva. Verificar-se-á que e como nesta tragédia o entrecho é uma imagem diegética da noção mítica de justiça – a Justiça de Zeus.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41402Ordine e disordine nell’opera di Sofocle: considerazioni preliminari a partire dall’Antigone2025-11-12T18:27:05+00:00Auretta Sterrantinoauretta.sterrantino@gmail.com<p>L’articolo indaga il modo di Sofocle di registrare e riproporre in tragedia le tensioni sociali che attraversarono l’Atene del V. sec. a.C., attraverso un’analisi preliminare condotta sull’Antigone. La riflessione si concentra sull’idea di ordine e disordine all’interno dell’opera, riflettendo sull’uso di termini dalla radice κοσμ- e sul loro significato nei contesti in cui Sofocle li impiega all’interno dell’opera, cercando di comprendere quanto la scelta di questi lemmi abbia rilevanza drammaturgica all’interno del dramma. Ne risulta la possibilità di individuare quali sono i comportamenti κατὰ κόσμον e οὐ κατὰ κόσμον, evidenziando come gli intenti dei personaggi in conflitto tra loro riflettano le dinamiche di tensione politico-sociale pronte a rivoluzionare l’ordine stabilito (kosmos) e trasformarlo in disordine (akosmia). L’equilibrio socio-politico risulta realizzabile solo<br>nel rispetto delle divinità e nel costante tentativo di composizione degli interessi dei singoli, in quanto parte di una comunità, e di mediazione tra i residui della cultura arcaica di matrice aristocratica e il nuovo indirizzo democratico della polis ateniese.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41405Antígona. Uma fissura no discurso e na cidade2025-11-12T18:27:21+00:00Maria Mafalda Vianamaria.viana@campus.ul.pt<p>O texto da Antígona de Sófocles revela porventura uma consciência incipiente de como a mente humana e o logos que «edifica» a cidade compreende simultaneamente uma fissura. Assim o coro diz mesmo no princípio do seu louvor da cidade que não há nada δεινότερον do que o homem. O texto no seu conjunto mostra a duplicidade do valor do adjectivo – como os extraordinários logos e pensamento humanos que edificam a cidade se podem tornar terríveis.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41408Elementos estéticos na Antígona, de sófocles2025-11-12T18:27:40+00:00Madalena Machadodramadalena@unemat.br<p>O percurso desta investigação trata-se de uma leitura crítica da tragédia Antígona de Sófocles, destacando os elementos estéticos presentes no texto por uma associação direta com a poética clássica e a contemporânea. Nosso propósito é a visualização de um texto canônico conforme<br>as qualidades literárias apontadas nos argumentos de autoridade que levantamos. Serviram de base teórica, Aristóteles (2008, 2005), Horácio e Longino (2005), Steiner (1995), Calvino (2007), Bloom (2010) e Perrone-Moisés (2009).</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41411Antígona y el peso social del rito. Una puesta en escena contemporánea2025-11-12T18:28:11+00:00Vincenzo Quadarellav.quadarella@gmail.com<p>El rito de sepultura de Antígona al inicio de la tragedia de Sófocles plantea una serie de problemas interpretativos que afectan tanto al acto en sí como al peso social del rito negado. De hecho, es innegable que el enfrentamiento entre Antígona y Creonte está marcado por diversas facetas políticas, sociales, religiosas; es igualmente innegable que el rito de la sepultura se percibió como un paso fundamental para “dejar ir” al muerto al más allá. Y precisamente ese rito traza una frontera que es a la vez política, religiosa y cultural, capaz de desencadenar las iras de Creonte y la piedad de Antígona. El rito por Antígona recompone la fractura entre los vivos y los muertos y, entre los vivos, recompone la justicia. Por tanto, el rito traza el límite entre lo justo y lo injusto, entre la decisión en nombre propio o en nombre de la colectividad, entre los vivos y los muertos. El límite, sin embargo, aunque firme, en el caso de Sófocles se esfuerza por mantener sus contornos, permanece borroso a la vista y, aunque marcado fuertemente por el rito (cumplido o no), resulta ser lábil. Para entender el ritual del gesto de Antígona en la escena contemporánea analizaremos la Antígona con la dirección de I. Papas del 2005 en el teatro griego de Siracusa.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41414El lecho pétreo de Antígona y Níobe: un lugar común (S. Ant. 823-840)2025-11-12T18:28:33+00:00Andrea Navarro NogueraAndrea.navarro@flog.uned.es<p>En la tragedia Antígona, la joven heroína, después de conocer su fatal destino, compara entre lamentos su suerte con la de Níobe (vv. 823-833). El objetivo del siguiente estudio consiste en el análisis de estos versos junto con la respuesta del coro a modo de consuelo (vv. 834-838) con el fin de arrojar luz al debate candente sobre la caracterización que Sófocles hizo de su Antígona.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41417Antigone, donna del no2025-11-12T18:28:51+00:00Francesco De Martinofrancesco.demartino@unifg.it<p>I “no” delle donne sono pochi, ma esemplari: a molestie sessuali, a pretendenti mariti (Penelope, Danaidi, donne daune) e a mariti (nella Lisistrata), al potere mediatico e censorio (Penelope, Elettra) e a quello politico come quello di Antigone contro la lex di Creonte, illegale perché contra legem.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41420Táticas trágicas e táticas cômicas de enfrentar o poder: Antígona e Lisístrata2025-11-12T18:29:11+00:00Luisa S. Buarque de Holandaluisabuarquedeholanda@gmail.com<p>Antígona e Lisístrata, as protagonistas que dão nome às célebres peças trágica e cômica, possuem táticas de enfrentamento do poder que talvez possam ser caracterizadas como antagônicas. A primeira segue tenaz e conscientemente rumo à morte, cumprindo a tarefa que lhe parece justa<br>e ao mesmo tempo colhendo a glória que acompanhará o seu feito (Antígona, v. 502): o sucesso da sua empresa é indissociável do seu próprio sacrifício. A segunda dribla os representantes do poder com planejamento estratégico e lábia; a sua empreitada é bem-sucedida e coroada<br>com a festa cômica. A primeira tem inscrito em seu nome o enfrentamento (anti-, contra), a segunda a liberação (lysis-, ação de desatar, liberar). Por um lado, ambas podem ser tidas como representantes de seus gêneros literários: uma indo contra o poder e perecendo deliberada e tragicamente em decorrência disso; a outra dissolvendo espertamente, num golpe de inteligência com boas doses de absurdo e comicidade, os obstáculos que se lhe opõem. Por outro lado, ambas também podem ser vistas como representantes de um mesmo gênero feminino, e nesse sentido não são poucos os temas que as aproximam: a oposição entre a lógica do poder político e a lógica da família e do oikos; as consequências funestas que a guerra masculina causa na esfera feminina; a relação privilegiada das mulheres com a philia e o casamento são alguns dentre eles. Este artigo tem como objetivo comparar as táticas das duas heroínas relativamente ao uso que fazem da condição feminina para enfrentar o poder vigente.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41423Mito Grego e Mistério Cristão2025-11-12T18:29:30+00:00Alex Villas Boasalexboas@ucp.pt<p>O presente texto visa apresentar como a relação entre mito e a narratividade da experiência cristã associada a questão do Mistério de Deus teve diferentes formas de interpretação na contemporaneidade. Tal diferença ora aproxima, ora distancia tais elementos de narrativade. Uma obra de grande importância é precisamente «Mythes grecs et Mystère Chrétien», como ficou mais conhecida em sua versão frances, de Hugo Rahner de 1945. Contudo, as diversas formas de relacionar mito e cristianismo, assim como mito e racionalidade acabam por obnubilar a contribuição da obra do jesuíta austríaco, que pretende-se resgatar aqui algumas de suas importantes intuições.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41426As lutas de Antígona: passado e presente na investigação e representações antigas e modernas2025-11-12T18:30:00+00:00Lorna HardwickLorna.Hardwick@open.ac.uk<p>Nos tempos modernos, a figura de Antígona tornou-se um emblema na luta pela libertação da opressão. Proporciona um foco adequado para uma conferência que celebra o 50º aniversário da Revolução dos Cravos em Portugal. Este artigo começa por identificar e analisar alguns dos contextos e estilos de performance em que as preocupações contemporâneas moldaram a interpretação, tradução, adaptação e performance do texto de Sófocles. A parte principal da discussão coloca então a questão de saber se as preocupações "presentes" se apropriaram da peça de formas que marginalizam ou mesmo excluem alguns aspetos do texto de Sófocles. "Presentismo" tem sido frequentemente utilizado pelos classicistas como um termo de desaprovação para criticar as receções subsequentes de textos antigos, por vezes com a implicação de que existe<br>um significado fixo a ser descoberto se o texto antigo for considerado filologicamente e em termos do contexto da sua composição e performance, e que as interpretações "presentistas" subvertem isso. O artigo argumenta então que: (i) existe uma variedade de perspetivas "presentistas". Algumas são inevitáveis no trabalho académico, bem como nos processos criativos ligados à performance e à observação. O "presente" (qualquer presente) é um nó numa rede de mediações e receções. As preocupações, experiências de vida e territórios culturais e éticos dos profissionais e académicos que trabalham com a Antígona de Sófocles desempenham inevitavelmente um papel determinante na sua atuação, pois as suas experiências de vida e orientações socioculturais não se limitam às da Grécia Antiga. O mesmo se aplica aos leitores e espectadores que, consciente ou inconscientemente, relacionam a peça com o seu próprio "presente". Estas preocupações "presentes" podem gerar um envolvimento positivo com o texto antigo e o contexto. Só se tornam negativas se não forem reconhecidas e se fecharem o significado. (ii) A análise filológica e performativa da peça de Sófocles demonstra que o próprio trágico estava empenhado numa forma de atividade "presentista". As narrativas associadas a Antígona e à sua família foram adaptadas e ampliadas através de uma lente que refletia as urgências sociais, religiosas e políticas da Atenas do século V, especialmente as relações contestadas entre as tradições funerárias e a coesão social, e a transferência de poder das famílias aristocráticas para a pólis. A secção final do artigo defende que a análise da relação entre os "presentismos"<br>antigos e modernos melhora tanto o comentário académico como a crítica à tragédia em performance. A peça de Sófocles oferece um espaço temporal e metafórico que promove e provoca o engajamento entre o antigo e o moderno, em benefício de ambos.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41429Antígona sob o universo da intertextualidade: literatura, feminino, liberdade2025-11-12T18:32:49+00:00Flavia Maria Corradincorradin@usp.br<p>O texto dramático Antes que a noite venha (1992), de Eduarda Dionísio, tem por mote as falas de Julieta, Antígona, Inês de Castro e Medeia, personagens histórico-mitológicas marcadas pelo amor, mas que encontram um destino trágico. A partir da concepção de que o tempo concreto – a noite – transforma-se no tempo mítico, espaço em que essas personagens vão habitar, centraremos nossa atenção, desta feita, nas falas dedicadas a Antígona. Pretendemos partir da interlocução que a personagem dionisiana trava com a Antígona mítica, considerando aspectos como as especificidades da escrita dramática. Além disso, devemos examinar a discussão acerca da condição feminina, que atravessa a diegese, e a relação da personagem com o contexto português finissecular, já que o texto é de 1992, mas também com o atual momento em que se comemoram os 50 anos da recuperação da liberdade. Tal conceito que deve ser sempre lembrado para que jamais esqueçamos que sem liberdade não somos nada.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41432Antígona Gelada: Um manifesto gnóstico2025-11-12T18:33:10+00:00Telmo Alexandre Ferreirateulmo@gmail.com<p>O presente estudo pretende observar os pontos de conexão entre as obras Antígona de Sófocles e Antígona Gelada de Armando Nascimento Rosa à luz de uma compreensão gnóstica do mito. Esta análise é suportada na entrevista realizada a este último autor (janeiro de 2021) e no estudo de obras de tragédia grega, de ficção científica e do gnosticismo. Verificando-se que a peça teatral Antígona Gelada parte da mesma natureza arquetípica da Antígona de Sófocles, analisa-se a primeira enquanto receção dramática do mito sofocliano à luz de um gnosticismo radical, elencado por Harold Bloom nas várias obras suas dedicadas a este tema. Conclui-se que a influência gnóstica de Antígona Gelada revela, no arquétipo da protagonista, um discurso ontológico perante as insuficiências da condição humana. Este, apesar de enunciar um desvio às leituras materialistas feitas ao mito de Antígona no período moderno, faz Antígona confrontar a polis com um alternativo conceptual de empatia não inscrita nos aparelhos ideológicos de um estado democrático, não deixando, por esta razão, de ser um discurso político.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41435A Nova Antígona de Hermínia Silva: paródia sociopolítica (1946 e 1976)2025-11-12T18:33:49+00:00Nuno Simões Rodriguesnonnius@fl.ul.pt<p>Em 1946, em pleno regime ditatorial, Hermínia Silva protagoniza, numa paródia à peça de Júlio Dantas que nesse mesmo ano estreara no Nacional, o papel de Antígona, na revista Sempre em Pé! Esta representação valerá à atriz o Prémio Nacional de Teatro (1947). Com efeito, a escolha da personagem Antígona para esta paródia revela sobretudo uma resposta à peça de Júlio Dantas, encenada pela Companhia Robles Monteiro-Rey Colaço e na qual se estreava a então jovem atriz Mariana Rey Monteiro. Sempre de Pé! desafiou as restrições da censura, transmitindo mensagens subversivas de forma criativa, pelo que, a “Nova Antígona” tornou-se um símbolo de desafio diante da opressão. Trinta anos depois, em 1976, na revista Afinal como é?, Hermínia Silva recupera a Nova Antígona de 46, desta vez para criticar os novos tempos que a política portuguesa criava. Dois anos depois da Revolução de Abril, Antígona voltou a ser utilizada para pensar a política e o regime em que então se vivia. Este estudo concentra-se na análise da performance de Hermínia Silva, sua influência na representação da resistência à ditadura e a relevância do teatro revista no contexto da luta pela liberdade, mas também no modo como a personagem grega dá substância a todas as ideias que se pretendiam fazer passar, desta vez sob a forma de comédia e paródia.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41438Antígona na escola. Personagens femininas da antiguidade no teatro didático de Ana Cristina Oliveira2025-11-12T18:34:04+00:00Adriana F. Nogueiraanogueir@ualg.pt<p>Neste artigo, procuro responder a algumas perguntas que me foram suscitadas pelo trabalho que Ana Cristina Oliveira (professora de Filosofia, dramaturga, encenadora e atriz) tem vindo a desenvolver no grupo de teatro escolar, por si fundado, Tapete Mágico, no que respeita à escolha<br>das personagens femininas da antiguidade nas peças que escreve para – e com – os alunos. Pretendo perceber qual a receção que a antiguidade tem entre os mais jovens, como se podem relacionar as temáticas de peças de tragediógrafos gregos com as preocupações da juventude atual; e qual a atualidade dessas questões e que outras interrogações levantam.</p>2025-11-05T18:27:52+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41441Antígona en el aire2025-11-12T18:34:40+00:00Carmen Morenilla TalensCarmen.morenilla@uv.es<p>La obra Antígona de Sófocles es una de las tragedias más conocidas y más representativas de su autor, pero la lectura que se desprende de ella la convierte en determinadas épocas en una obra subversiva. Por esa razón ha sido censurada. En las emisiones radiofónicas en España<br>en la segunda mitad del siglo XX fue sustituida por versiones de esta tragedia que pudieron superar la dura censura franquista.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41444Tres Antígonas y un autor: Guillermo Heras, Antígona en la frontera, Hantígona y Ardiente Antígona2025-11-12T18:34:57+00:00Carmen González-Vázquezcarmen.gonzalez@uam.es<p>El actor, director, crítico, gestor cultural, docente y dramaturgo español Guillermo Heras, aunque es un referente internacional de la dramaturgia contemporánea y de su puesta en escena, se interesó también por la mitología griega y por los clásicos, publicando textos inspirados en<br>las figuras de Fedra, Andrómaca y Antígona. Abordamos los tres títulos que han salido de la pluma de Heras, uno publicado (Ardiente Antígona) y dos de ellos inéditos (cedidos por el autor a la que firma este trabajo), compuestos meses antes de fallecer en 2023. Interesado por personajes muy diferentes, ubicados en espacios y tiempos disímiles, bajo códigos morales dispares, pero que enfrentan los mismos problemas tanto en la ficción como en la realidad, dominados por unas pasiones que los hacen parecer cada vez más humanos, me interesa determinar cómo sus Antígonas se proyectan en sucesivas variaciones dramáticas, pero con una misma finalidad: despertar la lucidez del espectador sobre el mundo que los acoge.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41447Los dos relatos divergentes de Antígona (Sófocles / Higino) presentes en la ópera del siglo XVIII2025-11-12T18:35:20+00:00Helena Guzmán Garcíahguzman@flog.uned.es<p>El relato mítico de Antígona es ampliamente conocido: tras la muerte de Edipo en Colono, regresa a Tebas en el momento del enfrentamiento entre sus dos hermanos. Una vez que estos, Eteocles y Polinices, se han dado muerte mutuamente, desobedece la ley decretada por el soberano Creonte y realiza honras fúnebres sobre el cadáver de su hermano Polinices. Tras esta Los dos relatos divergentes de Antígona 279 infracción, el relato mítico tiene dos versiones: en la primera, cuyo principal representante es Sófocles, Antígona es encerrada viva y se da muerte, provocando el posterior suicidio de su prometido Hemón y de la madre de éste; y en una segunda versión, que se encuentra como fuente completa en Higino, se cuenta que Antígona no murió, sino que huyó de Tebas y tuvo un hijo. Este artículo demuestra cómo estas dos versiones del mundo clásico también aparecerán representadas en los libretos de ópera como ejemplos de Recepción Clásica. Se toman como ejemplo dos óperas representadas en la segunda mitad del siglo XVIII tituladas Antigona: la primera, representada en Roma en 1751, con texto del libretista Gaetano Roccaforte y música del compositor Baldassare Galuppi, en la que se muestra en escena a una Antígona madre; y la segunda, representada en San Petersburgo en 1772, que sigue la versión sofoclea, con texto de Marco Coltellini y música de Tommaso Traetta.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41450Retratos trágicos de la resignación política: Ismene y Crisótemis en la literatura dramática gallega2025-11-12T18:35:42+00:00Iria Pedreira Sanjurjopedreira.sanjurjo.iria@gmail.com<p>La reelaboración de los temas, personajes y motivos de la mitología grecolatina es una tendencia constatada en el teatro gallego contemporáneo desde la segunda mitad del siglo XX hasta nuestros días. Muchos de los dramaturgos y dramaturgas que rehacen estos mitos para la escena gallega tienen un conocimiento directo de los textos griegos o latinos originales y suelen entablar un diálogo con su actualidad a través del paradigma canónico de lo clásico, siendo la tragedia una de sus formas preferidas para abordar ese diálogo. Por este motivo, son muchos los personajes trágicos que se erigen en modelo y referencia de una determinada lectura política de los textos antiguos, destacando aquellas figuras del heroísmo trágico que lo hacen en un sentido positivo. Sin embargo, en estas líneas se intentará ofrecer una lectura crítica y analítica de la caracterización de dos de los personajes secundarios más denostados del imaginario trágico antiguo en el teatro gallego: Ismene (hija de Edipo y Yocasta y hermana de Antígona) y Crisótemis (hija de Agamenón y Clitemnestra y hermana de Electra). Para ello, se revisará su caracterización en las obras teatrales gallegas en las que aparecen estos personajes, teniendo en cuenta la referencia de los hipotextos griegos y destacando las principales diferencias y concomitancias halladas en la lectura comparativa de los textos, sin descuidar las distintas reinterpretaciones en clave política y social que subyacen en las reelaboraciones de los autores gallegos.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41453Creón, Creón. La Antígona distópica de Rodríguez Pampín2025-11-12T18:35:57+00:00María Teresa Amado Rodríguezmariateresa.amado@usc.es<p>En los años 50, la literatura gallega empieza a dar síntomas de recuperación, después de haber desaparecido prácticamente con la Guerra Civil española (1936-39). El esfuerzo de la editorial Galaxia, fundada en 1950 por un grupo de galleguistas antifranquistas, por traducir textos de las vanguardias europeas y las Mostras de Teatro de Ribadavia impulsaron la creación de textos dramáticos de autores que anteriormente no habían cultivado el género. Es el caso de Rodríguez Pampín, que en 1975 publica su primera obra de teatro, Creón, Creón, una reescritura futurista de Antígona que analizaremos en este trabajo.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41456A xustiza tráxica en Non volvas, de Suso de Toro2025-11-12T18:36:16+00:00Marta Mariño Mexutommarinom@gmail.com<p>La novela Non volvas (2000), de Suso de Toro, cuenta la historia de una mujer que vuelve a la aldea donde se crio para encontrar respuestas sobre su identidad. Lo que allí descubre sobre sí misma ‒a la manera de una anagnórisis trágica‒ afecta también a las generaciones que la preceden y la lleva a realizar una terrible venganza. Este acto la purifica en cierto modo y restablece la justicia. Igual que Antígona, a la que el propio autor hace referencia en la obra, la protagonista se ve obligada a una acción poco ortodoxa e incluso fuera de lo instituido por las leyes humanas para cumplir una ley superior y trascendente. En este trabajo analizamos los paralelismos existentes entre la heroína de Sófocles y Encarnación, la protagonista de Non volvas, atendiendo especialmente a lo que respecta a la obtención de una justicia que va más allá de su propia persona y que desafía los límites establecidos.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41459Antigone, Madame Royale2025-11-12T18:36:34+00:00Corrado Cuccorocorrado.cuccoro@unicatt.it<p>Nella storia della ricezione di Antigone, un dramma francese conservato in un unico manoscritto presso la Biblioteca Nazionale di Francia è stato finora trascurato, se non ignorato, dagli studiosi; esso è dedicato, sotto il titolo di Antigone. Tragédie En 5 Actes, da un sedicente M(onsieur) Le Vicomte De… (il nome è omesso) a una non meglio specificata Son Altesse Royale Madame la Dauphine. Con questo articolo si intende contribuire a una auspicabile edizione critica del testo, non solo per la sua qualità intrinseca, ma anche in quanto parte di una tradizione peculiare e documento dei gusti teatrali dell’Ancient Régime.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41462A Antigone, de Walter Hasenclever – Morrer por que ideal?2025-11-12T18:36:53+00:00Maria de Fátima Gilmfgil@fl.uc.ptMaria António Hörstermahorster@sapo.pt<p>Em 1917 Walter Hasenclever escrevia a Albert Ehrenstein, pouco depois de completar a sua Antigone: “Só conheço a Antígona sofocliana de fugida – toda a disposição irá persuadi-lo de que é trabalho meu e de que esta é realmente uma Antígona de 1917”. No nosso texto iremos avaliar a justeza destas afirmações, para o que começaremos por traçar a moldura histórico-social e o contexto literário que viram nascer o drama, procurando,<br>seguidamente, apurar as relações de intertextualidade com a Antígona de Sófocles e evidenciar a especificidade desta reescrita.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41465«Elle retourne au pays des sources» Écopoétique de la révolte dans quelques Antigone(s) contemporaines2025-11-12T18:37:12+00:00Paolo Dias Fernandespaolo.dias_fernandes@doctorant.uca.fr<p>Si l’idée de révolte occupe, voire domine, l’espace narratif des réécritures plus ou moins fidèles de la légende d’Antigone, le paysage, pourtant décor et cadre, semble s’effacer. Les éléments qui évoquent l’espace naturel dans ces textes, bien que rares, sont toujours fortement connotés et chargés de symboles. Si le paysage est une image du pays, c’est-à-dire le cadre, le contexte, que nous dit l’image littéraire d’une "au paysage discret" ? Cet article se propose d’analyser, à travers le prisme de l’écopoétique, les représentations - et les non-représentations - littéraires du paysage dans quatre réécritures de la révolte d’Antigone : celle de Jean Cocteau (1928), la nouvelle de Marguerite Yourcenar « Antigone ou le choix » (1936), celle de Jean Anouilh (1944) et la réécriture cinématographique de Sophie Deraspe : Antigone (2019).</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41471Antígona em Troia: The Women of Troy, de Pat Barker2025-11-12T18:37:30+00:00Maria José Ferreira Lopesmjlopes@ucp.pt<p>Poucas figuras da mitologia grega despertaram ao longo dos tempos, e em particular na modernidade, um fascínio tão profundo e criativo como Antígona, vista como uma heroína da resistência à opressão na sequência do texto fundacional de Sófocles. Em paralelo, os mitos à volta da Guerra de Troia constituem um dos alicerces mais vivos do imaginário ocidental, também objeto de constante análise e reescrita. No romance The Women of Troy (2021), o segundo da sua recente trilogia troiana, a escritora inglesa Pat Barker transplantou para o pós-queda de Troia o conflito resultante da proibição de cumprir os rituais devidos aos mortos. Neste caso, é Príamo quem toma o lugar de Polinices, e Amina, uma jovem troiana frágil, mas obstinada, quem assume o papel de Antígona. A desencadear os eventos está um Creonte inesperado: o ainda adolescente Pirro, fisicamente imponente e propenso à violência, marcado pela desconsideração com que é olhado em simultâneo por gregos e troianos e pela aura inatingível do pai. É precisamente a comparação negativa com Aquiles sugerida por Príamo que leva Pirro a matá-lo, de forma excruciante, cena essa testemunhada pela então desconhecida Amina. A humilhação que supõe para Pirro a existência dessa testemunha leva-o a matá-la depois de ter sido surpreendida a fazer uma segunda tentativa de sepultar Príamo, longamente exposto às intempéries como Polinices e Heitor. No constante processo de interação e desconstrução dos clássicos, assume papel central Briseida, a jovem rainha tornada escrava de Aquiles depois da tomada da sua cidade natal. Grávida do herói morto, ela fora casada pelo Eácida, pouco antes da sua morte anunciada, com um dos seus lugares-tenentes, para proteção futura. Briseida, que continua a desempenhar tarefas caseiras comuns às outras prisioneiras dos senhores gregos, comporta-se como uma protetora compassiva e solidária das escravas troianas – e até do horrendo Tersites –, e acaba por assumir o papel de uma Ismena prudente, mas também dominada pela afeição a Príamo. Grande parte da narrativa é apresentada com base na sua perspetiva, o que permite uma análise constante da condição subalterna e precária das mulheres em geral, e sobretudo das cativas de guerra, silenciadas e vítimas de abusos terríveis, vistos como parte da guerra. Na base da insistência de Amina em desafiar as ordens de Pirro está precisamente a recusa em submeter-se a essa violência e o propósito de manter a sua dignidade intacta. É objetivo deste texto explorar a forma como The Women of Troy utiliza e desconstrói os ciclos tebano e troiano, sublinhando a enorme atualidade das personagens e dos episódios por elas vivenciados.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41509The dramatization of a collective guilt: Aris Alexandrou’s Antigone and the Greek Civil War as a trauma2025-11-12T18:37:46+00:00Philippos Karaferiasfios@windowslive.com<p>Este artigo examina como a adaptação de Antígona (1951) de Aris Alexandrou funciona simultaneamente como uma crítica ao absolutismo ideológico e uma reflexão sobre a culpa coletiva. Através da análise de sua estrutura, conteúdo temático e história de performance, este estudo demonstra como Alexandrou desestabiliza as narrativas binárias de vitimização e cumplicidade, desafiando tanto as historiografias de esquerda quanto as de direita sobre a Guerra Civil Grega. Explora-se como o desvio de Alexandrou em relação à narrativa sofocleana tradicional opera como um comentário político e ético sobre a violência ideológica, o exílio e a identidade nacional. Ao apresentar Antígona como uma figura complexa e ideologicamente motivada, Alexandrou questiona tanto o autoritarismo fascista quanto o comunista, evidenciando as ambiguidades morais da resistência. Além disso, o artigo analisa a encenação de 2003, dirigida por Victor Ardittis, argumentando que sua recepção ressalta os desafios de abordar feridas históricas no discurso público. Por meio de uma leitura atenta da estrutura, dos temas e da história de performance da peça, este estudo posiciona a Antígona de Alexandrou como uma obra fundamental na recepção da tragédia antiga na Grécia moderna.<br>obra fundamental na recepção da tragédia antiga na Grécia moderna.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41512Antígona “outsider” na democracia de Creonte: análise de uma reinterpretação contemporânea do mito sofocliano2025-11-12T18:38:04+00:00Marco Zanellimarco.zanelli@unicatt.it<p>Este estudo analisa quatro reescritas contemporâneas da Antígona de Sófocles: o romance Home Fire (2017) de Kamila Shamsie, o filme canadiano Antigone (2019) de Sophie Deraspe, e dois dramas britânicos: Aaliyah (After Antigone) (2021) de Kamal Kaan e Antigone (2022) por Inua Ellams. Estas obras apresentam uma visão original de Antígona como uma menina islâmica (paquistanesa, argelina ou bangladeshiana) cuja família emigrou para uma democracia ocidental (Grã-Bretanha ou Canadá). Nesta reinterpretação como estrangeira, Antígona assume traços tradicionalmente típicos de Medeia. Embora Antígona esteja bem integrada socialmente, a situação de um ou de ambos os seus irmãos (terrorismo, delinquência ou oposição política) leva-a a revelar a condição de racismo, intolerância e marginalização enfrentada pelas minorias num país teoricamente democrático, libertário e inclusivo. Ao mesmo tempo, a caracterização de Creonte também sofre uma mudança profunda, comparativamente em particular à interpretação brechtiana: ele (ou ela, no drama de Kamal Kaan) não é um ditador violento, nem um político que chegou ao poder numa situação excepcional, mas um legítimo expoente de um governo democrático ocidental, que (excepto no filme de Deraspe) partilha as mesmas origens estrangeiras da família de Antígona, mas precisamente por isso deve ser ainda mais duro para não perder o consenso adquirido entre a nação que governa, consenso obtido também pela negação de parte da sua própria cultura nativa e pela satisfação da necessidade de ordem e segurança do povo. Esta nova interpretação permite assim que o mito de Antígona seja utilizado<br>como um instrumento muito actual de denúncia social, não só da fracassada integração das minorias nas grandes democracias ocidentais, mas de outros aspectos problemáticos dos países “civilizados” contemporâneos, como tendências populistas da política ou o uso dos media (sociais), através das quais, por exemplo, os refrões são traduzidos em algumas reescritas.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41515Empatia e resistência: Antígona na dramaturgia feminina actual2025-11-12T18:38:20+00:00Tobias Brandenbergertobias.brandenberger@phil.uni-goettingen.de<p>A figura de Antígona – como todos os mitemas da família edipiana, presentes e reformulados tantas vezes até à literatura actual – apresenta diferentes linhas de conflito derivados de regimes problemáticos no domínio familiar, filosófico-moral e socio-político. São diversos os textos teatrais que traçam as premissas e consequências da procura de um justo caminho ético e emocional em situações de dilema; e elaboram-nas em configurações plurifacéticas que ao mesmo tempo são sintomáticas das condições e inquietudes da escrita literária, e muito concretamente da produção textual de autores e autoras. Examinamos na nossa contribuição como três dramaturgas ibero-românicas das últimas décadas tratam a possibilidade de uma empatia essencialmente humana se converter em contestação política. Discutimos as dialécticas particulares em que as peças desenvolvem a questão da legitimidade de tal forma de resistência, ora vindicando-a, ora questionando-a. Focamos Antígona furiosa de Griselda Gambaro (1986), Perdição de Hélia Correia (1991) e Antígona de Itzíar Pascual (2018) para averiguar como nestas obras reage o direito natural perante o poder e a autoridade da lei, por que razões sucumbe, e quais são as implicações específicas da categoria de gender em conflitos deste cariz.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41518Mito e memória em Pedreira das almas e Rasto atrás, de Jorge Andrade2025-11-12T18:38:39+00:00Luiz Gonzaga Marchezanluiz.marchezan@unesp.br<p>No processo criativo literário, conforme Jorge Andrade (1964, p. 2 2): “Ninguém inventa nada.<br>Tudo se encontra à nossa volta, vivendo e se impondo nas formas mais variadas”. Os significados<br>já estabelecidos pela cultura, para o escritor, possibilitam à literatura do mundo, mediante<br>novos conteúdos, reconstituir situações e tipos humanos da tradição que movimentam forças<br>de verdades assumidas por novas criações literárias. Mariana, protagonista de Pedreira das<br>almas (1958) luta, como Antígona, por um enterro digno para seu irmão. Vicente, protagonista<br>de Rasto atrás (1967), busca, como Édipo, o reconhecimento do pai. As duas obras, como nos<br>mitos de Antígona e Édipo, envolvem-se com dramas familiares diante tanto de leis da cidade<br>como de leis divinas na disputa com duas grandes células do poder: a do Estado e a da Família,<br>sem ignorarem os padrões dos pensamentos refletidos pelos mitos clássicos orientadores do<br>dramaturgo nas peças consideradas.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41524O mito de Antígona em "As confrarias", de Jorge Andrade2025-11-12T18:38:55+00:00Claudiomar Pedro da Silvaclaudiomarp@hotmail.comAgnaldo Rodrigues da Silvaagnaldosilva20@unemat.br<p>O presente estudo propõe apresentar uma análise do texto teatral As Confrarias (1970), de Jorge Andrade. O foco da pesquisa incide na ressignificação do mito de Antígona, de Sófocles, além de investigar como as personagens reagem diante da liberdade individual de sepultar os seus entes, confrontada pela opressão imposta pelos detentores do poder. Tal relação será delineada pelo viés da figuração do mito nas peças supracitadas e a sintonia entre a peça grega e a estética de um dos renomados dramaturgos do moderno teatro brasileiro.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41527Antígone América: resistência e prefiguração da ditadura brasileira2025-11-12T18:39:15+00:00Adriane da Silva Duarteasduarte@usp.br<p>Ao longo do século XX, Antígona se tornou um símbolo de resistência das minorias contra a opressão e a injustiça, da força do indivíduo contra o Estado. Desde então, a tragédia de Sófocles recebeu inúmeras adaptações e releituras em que sua heroína catalisa a reflexão sobre os dilemas da contemporaneidade. No Brasil não foi diferente e, dentre as reconfigurações da filha de Édipo no continente americano, darei destaque a Antígone América (1962), peça que marca a estreia de Carlos Henrique Escobar (São Paulo, Brasil, 1933 – Aveiro, Portugal, 2023) enquanto dramaturgo. Embora tenha sido gestada e produzida antes da ditadura militar que se instalou no país por duas décadas (1964-1985), Antígone América apresenta um diagnóstico das tensões sociais e políticas que levaram ao golpe militar. Interessa discutir a transposição da personagem sofocleana para o contexto brasileiro de então e como a peça de Escobar contribuiu para tornar Antígona uma voz crítica da ditadura, visto que a tragédia grega será reencenadaem mais de uma ocasião durante esse período. Duas montagens foram especialmente significativas, ambas de 1969, ano que marcou o recrudescimento da ditadura, manifesto na censura generalizada, tortura e prisões arbitrárias: Ato sem Perdão, dirigida por José Renato, e Antígona, por João das Neves, respectivamente em São Paulo e no Rio de Janeiro.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41530A Recepção de Antígone no Brasil por meio da Tradução de Guilherme de Almeida2025-11-12T18:39:35+00:00Marcelo Tápia Fernandesmarcelotapia954@gmail.com<p>A tradução de Antígone, de Sófocles, por Guilherme de Almeida (1890-1969) – ou “transcrição”, como preferiu denominar o tradutor, publicada originalmente em 1952 – é um feito cujo alcance se pode vislumbrar por uma constatação acerca de sua recepção por conhecedores de língua e literatura gregas, bem como de tradução de obras clássicas. Concebida para o teatro e apresentada em 1952, a peça obteve grande êxito de público para os padrões da época. A comunicabilidade do texto traduzido, demonstrada desde sua aparição em cena, resiste hoje, conforme procuro demonstrar neste artigo, por suas qualidades relacionadas à priorização de uma rítmica construída a partir de um percurso de familiarização com o texto original.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41536Com Antígona: a luta pelo luto em duas narrativas brasileiras contemporâneas2025-11-12T18:39:54+00:00Luciana Paiva Coronellu.paiva.coronel@gmail.com<p>O mito fecundo de Antígona tem sido evocado no espaço literário brasileiro contemporâneo, tanto no âmbito da criação, quanto no da crítica, sobretudo no interior da série literária identificada com a elaboração ficcional dos danos decorrentes da violência da ditadura civil-militar (1964/1985). O trauma dos desaparecidos políticos, identificado com a interdição aos atos fúnebres e decorrente privação do luto a familiares, tem motivado ficcionistas e estudiosos do século XXI de meu país a atualizarem o gesto com que a irmã de Ismene confronta os poderes constituídos de Tebas na tragédia de Sófocles em nome do direito inalienável ao sepultamento do ente querido. Se em Portugal a contestação de Antígona é lembrada para celebrar os “50 anos de abril”, no Brasil, o sentido de justiça que a move atende contrariamente nos 60 anos do nosso abril, quando um golpe de Estado ceifou a ordem democrática, abrindo feridas ainda não cicatrizadas no tecido social do país. Proponho uma leitura crítica de sentido político dos romances K., relato de uma busca (2011), de Bernardo Kucinski, e Antes do passado: o silêncio do Araguaia (2012), de Liniane Haag Brum, segundo a qual ambos os escritores imitam o gesto de amor de Antígona e realizam uma forma simbólica de túmulo através das palavras para seus respectivos desaparecidos, a irmã do primeiro e o tio da segunda autora. Tomando por fundamento o conceito de “poética restitutiva” (Vecchi, 2014), analiso nas narrativa a peculiar tessitura ficcional de fraturas e lacunas do discurso histórico que faculta à literatura, por meio dos recursos que lhe são próprios, compor fragmentos da memória social de crimes de um passado que permanece recalcado no imaginário nacional, e por isso retorna como fantasma a assombrar a vida política no tempo presente.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41539“Esta locura debe parar”. Testimonio y resistencia de la Antígona amazónica de Milo Rau2025-11-12T18:40:10+00:00Stéphanie UrdicianStephanie.Urdician@uca.fr<p>“Esta locura debe parar”. “Dejemos de ser Creonte, seamos Antígona. Porque cuando la anarquía se convierte en ley, la resistencia se convierte en deber”. Estas son las palabras de Kay Sara, actriz y activista indígena elegida por el director suizo Milo Rau para interpretar a su Antígona amazónica. En su nueva creación multilingüe (inglés, portugués, tucano, flamenco y francés) Antigone in the Amazon (2020-2023), Milo Rau toma como punto de partida la masacre de campesinos sin tierra de Eldorado do Carajas, el 17 de abril de 1996, para denunciar la injusticia y la represión que perduran desde hace siglos. Al asociarse con el Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), el director y videasta construye una nueva Antígona que lucha por otro mundo posible mediante colectivos alternativos. A través de vídeos en tres pantallas, la escenografía acoge el canto trágico del coro, formado por miembros del MST y activistas indígenas supervivientes de la masacre, en diálogo con los actores y músicos brasileños y flamencos en escena. Este trabajo propone descifrar las modalidades de transposición de la Antígona de Sófocles en el estado brasileño de Pará, en los confines de la Amazonia, donde la agroindustria brasileña saquea y destruye tanto la selva como los pueblos. Esta nueva Antígona de la resistencia reactiva el enfrentamiento entre la ley divina tradicional y el Estado moderno racional de la tragedia griega en un choque entre orden liberal global y cosmología holística indígena.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41545Los tropos del dictador en la obra dramática de José Watanabe “Antígona"2025-11-12T18:40:28+00:00Carlos Dimeocdimeo@ubb.edu.pl<p>El presente trabajo se centra en estudiar las imágenes y tropos del dictador que aparecen en la tragedia griega Antígona de Sófocles, pero vistos a través de sus reinterpretaciones, en especial la de José Watanabe. En la obra original, los animales son utilizados de manera simbólica y metafórica para explorar temas clave como la justicia y la ley, además de ilustrar el conflicto moral de Antígona, por ejemplo, el coro compara a Antígona con un ave que desafía las órdenes del dictador Creonte en nombre de su hermano, lo que refleja su valentía y su desobediencia a las leyes humanas en favor de las divinas. Este problema cobra relevancia en reinterpretaciones latinoamericanas, donde la conexión entre los animales y la figura del dictador se intensifica. Algunas adaptaciones presentan a los dictadores como bestias depredadoras que amenazan la libertad y la dignidad de la población, utilizando la imagen de los animales como una herramienta alegórica para criticar regímenes autoritarios. Esta asociación entre los animales y el dictador permite una crítica poderosa a la opresión y el abuso de poder, al mismo tiempo que destaca la lucha de los individuos por la justicia y la libertad, en línea con el personaje de Antígona en la obra original. En resumen, se explorará cómo la figura de los animales en la obra Antígona nos conduce por la vía des y su relación con la representación de los dictadores en reinterpretaciones latinoamericanas ofrecen una metáfora rica y significativa para analizar cuestiones de poder, justicia y resistencia en diferentes contextos culturales. Los animales, ya sea como símbolos de valentía o como representaciones de la opresión dictatorial, enriquecen la dramaturgia y permiten una reflexión crítica sobre la naturaleza del poder y la lucha por la libertad en contextos tanto antiguos como contemporáneos.</p>2025-11-10T17:09:41+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41548Antígona como portavoz de la memoria histórica: tragedia e identidad2025-11-12T18:40:49+00:00Silvina Díazsilvinadiazorban@yahoo.com.ar<p>En el debate, siempre vigente en Latinoamérica, sobre el rol de la memoria histórica en la configuración de nuestra identidad colectiva, el teatro adquiere una importancia fundamental por su capacidad de proponer lecturas transformadoras del presente y del pasado que ponen el acento en el carácter procesual, en permanente reconstrucción, de la memoria. Si la Antígona furiosa de Griselda Gambaro asume, desde la alegoría y la parodia, el reclamo de las Madres de Plaza de Mayo hasta convertirse ella misma en una desaparecida, la Antígona Oriental de Marianella Morena resemantiza la tragedia sofóclea a partir de la experiencia real de ex- presas políticas, hijas y exiliadas de la dictadura militar uruguaya. Desde los parámetros del denominado “teatro documental” se pone al teatro en vínculo con la noción de “historia” a través de la vivencia, del documento y el testimonio. La heroína tebana aparece, en ambos casos, como portavoz de una memoria contrahegemónica, construida por múltiples voces: la de los ausentes, la de los sobrevivientes, la de los testigos. Voces cuestionadoras y deconstructoras del discurso institucional de la historia, que unifica y totaliza la experiencia del pasado. Pero al mismo tiempo asume una lucha encarnizada contra la supresión de la memoria y contra el silencio cómplice, interpelando a la misma sociedad que clama “nunca más” y exige justicia. El mito clásico, atravesado por un hecho histórico traumático, como el terrorismo de Estado en Latinoamérica, despliega nuevos sentidos territorializados. Indagaremos en los modos en que ambas piezas abordan la problemática de los desaparecidos, la represión y la violencia institucional, como así también en su tratamiento estético y en sus concepciones poéticas.</p>2025-11-10T17:40:22+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41551Teatralidad política y emoción estética. Dispositivos dramatúrgicos del “efecto de distanciamiento” en cuatro versiones de Antígona2025-11-12T18:41:11+00:00Aldo Rubén Priccoaldopricco@gmail.com<p>El canon trágico clásico ha sido atendido como un paradigma de intertextualidades propicias para construir discursos teatrales vinculados con situaciones y fenómenos históricos de coyuntura política-social de diversas épocas a través de la dinámica de un “anacronismo controlado” (Loraux, 2008). Así lo atestiguan, en el caso particular de la Antígona de Sófocles, las numerosas reescrituras, que a partir del esquema de la oposición entre la ley humana-divina y las del Estado, se apoyan en la notoria aplicabilidad del tópico a guerras civiles, a luchas por la justicia, a la tensión entre libertad y opresión, al rol de la mujer y sus posibilidades de incidir en la vida pública e, incluso, a lecturas desde perspectivas del psicoanálisis lacaniano (en torno de la “disfuncionalidad” de la familia de Edipo o de la muerte), entre otros sentidos posibles. En este trabajo, haremos referencia a la noción de “emoción estética” (Damasio, 2010) en el marco de una teatralidad política (Dubatti, 2003; 2014; Castri, 1978; Rancière, 2005; Boal, 1980; 2004), con el fin de determinar modalidades eventuales del “efecto de distanciamiento” (verfremdungseffekt) y la operatoria de su relación dialéctica con la empatía expectatorial (Sofia, 2015; Stern, 2010). Para ello, recurrimos a sucintos comentarios de los dispositivos dramatúrgicos y escénicos de las Antígonas de Brecht (1948), Gambaro (1989 [1986]), Folini (1998) y de Watanabe (1999). Se pretende proponer en ese cuarteto un punto de vista no solo literario, sino también escénico, mediante la descripción de procedimientos retóricos básicos de la gestión escénica, tendientes al “contagio cenestésico” del espectador y su correlato crítico.</p>2025-11-10T18:12:48+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41578Ciudad, Teatro e Historieta. Dos heroicos personajes: Antígona y Lisístrata2025-11-12T18:41:30+00:00Rómulo Pianaccirpianacci@gmail.com<p>De las numerosas rescrituras de estos mitos en la dramaturgia contemporánea y a partir de las invariantes de los mismos, generalmente se ha puesto énfasis en el desarrollo de los conflictos que el personaje asume contextualmente. La oposición entre libertad y opresión, propuesta para este congreso, conmemoración del cincuentenario de la Revolución de los Claveles, obliga a una nueva aproximación desde una óptica diferente. Para este análisis se ha elegido a la ciudad como origen ineludible, tomando además dos ejemplos de los nuevos soportes y géneros a los que recurren los creadores modernos.</p>2025-11-11T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41554Las Antígonas chilenas: reescrituras del mito en el teatro chileno contemporáneo (2000-2010)2025-11-12T18:41:48+00:00Maria Morant GinerMaria.morant@uv.es<p>El presente trabajo forma parte de una investigación más amplia dedicada al uso y reescritura de los mitos griegos en la dramaturgia chilena de los años 90 y 2000. En este periodo se observa un notable incremento, respecto a las décadas anteriores, en la reelaboración teatral del legado griego que tiene su cúspide en el año 2006. Es precisamente en la década de los 2000 cuando se escribe y estrena la primera adaptación chilena del mito de Antígona: Antígona, (historia de objetos perdidos) (2001) de Daniela Cápona. A esta le siguen pocos años después El thriller de Antígona y Hnos. S.A. La maldición de la sangre Labdácida de Ana López Montaner y Antígona en el espejo de Juan Carlos Villavicencio. Así pues, el propósito de este trabajo será ofrecer una aproximación panorámica a estas tres obras, enmarcando su lectura y análisis dentro de la tradición propia de las Antígonas latinoamericanas.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41557“O meu coração diz-me…”: Antígona num filme de Sophie Deraspe2025-11-12T18:42:20+00:00João de Mancelosmancelos@ua.pt<p>No filme Antigone (2019), a guionista e realizadora canadiana Sophie Deraspe subverte a peça de teatro homónima (411 a.C.) de Sófocles. Nesta comunicação, pretendo examinar os mecanismos utilizados para conseguir esta adaptação tão radical quanto imaginativa. Para tanto, comparo os dois textos relativamente às quatro categorias narrativas: espaço, tempo, personagens e enredo. Para escorar o meu estudo, recorro à nota de intenções da realizadora e a ensaios de vários críticos de teatro e cinema.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41560Antígona com voz cabo-verdiana na poesia de Vera Duarte2025-11-12T18:42:38+00:00Susana Marquessmp@fl.uc.pt<p>O carácter universal e versátil dos mitos greco-latinos fica evidente nas revisitações constantes de diversos autores modernos a uma herança capaz de ‘dizer’ realidades presentes, num dialogismo permanente entre tempos, espaços, sensibilidades, propósitos. Assim acontece com vários escritores africanos de língua portuguesa, para os quais figuras como Antígona, por exemplo, são significativamente convocadas, porquanto muito apropriadas para dar voz a vivências específicas e atuais em África. O presente contributo pretende evidenciar a pertinência da memória da contestatária filha de Édipo na obra poética da cabo-verdiana Vera Duarte, uma escrita em que as mulheres se distinguem em particular.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41563Uma Leitura Chinesa do Mito de Antígona2025-11-12T18:42:56+00:00Ana Cristina Alvesanacristinaalves@cccm.gov.pt<p>No presente artigo procura-se, num primeiro momento, analisar as influências orientais/chinesas no pensamento grego manifestado na conduta de Antígona, que nos chega através da tragédia de Sófocles. Num segundo momento, apresenta-se a ideia de liberdade através do conflito vivido pela heroína trágica, expresso com a oposição entre nomos e physis, e, por fim, reflete-se sobre a ideia de liberdade na China e no Ocidente.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41572Qiu Jin: poétique de la révolte d’une Antigone chinoise ?2025-11-12T18:43:12+00:00Oriane Chevalieroriane.chevalier@doctorant.uca.fr<p>Qiu Jin 秋瑾 (1875-1907) est une poétesse révolutionnaire et féministe chinoise. Décapitée suite à une tentative échouée pour renverser le pouvoir impérial des Qing, elle est aujourd’hui considérée comme une martyre nationale, ayant sacrifié sa vie pour la liberté du peuple chinois et pour l’égalité entre les hommes et les femmes. Cet article se propose d’étudier la poétique de la révolte qui anime l’oeuvre de Qiu Jin en la rapprochant de la figure d’Antigone, héroïnes sacrifiant toutes deux leur vie pour protester contre un pouvoir tyrannique. Adoptant comme Antigone une posture ambivalente au sein de la structure familiale, abandonnant mari et enfants tout en défendant la piété filiale et la sororité, Qiu Jin cherche à redéfinir la place des femmes dans la société chinoise. Même si elle trempe sa plume dans l’oppression du peuple chinois en condamnant la dynastie des Qing et les puissances occidentales, la poétique de la révolte de Qiu Jin ne se retreint cependant pas à une fonction descriptive puisqu’elle revêt une fonction performative, visant à unifier la nation tout en oeuvrant à l’émancipation des femmes. Cette poétique se nourrit ainsi du baihua, langue vernaculaire chinoise, tout en s’appropriant des formes littéraires traditionnellement associées aux femmes telles que le tanci et en définissant de nouveaux modèles féminins. Maniant aussi bien la plume que l’épée, Qiu Jin se projette en nüxia des temps modernes, tout en s’inscrivant dans le sillage d’héroïnes légendaires rencontrées au fil de ses lectures. Il semble néanmoins que cet ethos poétique que se forge Qiu Jin infléchisse sa propre destinée en revêtant une fonction programmatique. Cet article offre ainsi un nouvel éclairage sur la poétique de Qiu Jin en montrant que la poétesse est progressivement envahie par l’ethos sacrificiel qu’elle a construit dans ses poèmes.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41575Aaliyah: Antígona, a voz das comunidades muçulmanas britânicas do Sul da Ásia2025-11-12T18:43:39+00:00Lottie Parkyncparkyn@nd.edu<p>Tal como acontece com a maioria das tragédias gregas, o apelo destes textos antigos reside na sua capacidade de dialogar continuamente com o nosso sentido de humanidade e de perguntar “o que faria?”. Prestam-se especialmente bem como estudos de caso para discussões cívicas; por isso, não é de estranhar que, em diversos momentos-chave da história britânica, assistamos à retoma de certas peças. Antígona, de Sófocles, é uma produção com um longo historial de apresentações na Grã-Bretanha. No entanto, com a introdução das adaptações de Anouilh (1949) e Brecht (1967) no panorama teatral londrino, vemos Antígona ser posteriormente utilizada como veículo para discussões politicamente carregadas em torno de assuntos atuais, em particular mensagens antiguerra e críticas à política governamental. Embora a Grã-Bretanha seja multicultural há muito mais tempo do que alguns gostariam de aceitar, o grupo demográfico que produziu e criou as adaptações da tragédia grega era, e em muitos aspetos continua a ser, predominantemente branco-britânico, e raramente reflete a diversidade da sociedade britânica. No entanto, existem vários dramaturgos e autores fora deste grupo que utilizam peças e mitologias do mundo greco-romano para verbalizar as suas experiências vividas no Reino Unido. Isto vê-se notavelmente nas adaptações de Antígona, de Sófocles, desde 2017.</p> <p>Este artigo irá focar-se na forma como a tragédia de Antígona tem sido utilizada para discutir os dilemas morais que a Grã-Bretanha multicultural enfrenta, particularmente na perspetiva dos muçulmanos britânico-paquistaneses e britânico-bengalis. Explorará como o sucesso do romance Home Fire (2017), de Kamila Shamsie, abriu caminho a novas interpretações, levando às produções de Aaliyah (Depois de Antígona), em 2021, e Antígona, de Inua Ellams, em 2022. O<br>cerne deste artigo discutirá como estas adaptações usam a tragédia para explorar a questão do que significa ser um muçulmano britânico hoje.</p> <p> </p> <p>plorará como o sucesso do</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41590Quílon e a oposição à tirania na tradição dos Sete Sábios2025-11-12T18:44:01+00:00Delfim F. Leãoleo@fl.uc.pt<p>Pela boca de Demarato, Heródoto apresenta Quílon como o mais sábio dos Espartanos (7.235.5), abrindo assim o caminho que levaria à inclusão de Quílon no grupo estável dos Sete Sábios. No entanto, esta nota é relativamente discreta. Mais informação é fornecida pelo episódio narrado antes pelo mesmo Heródoto (1.59.1-3), que descreve um encontro entre Quílon e Hipócrates, o pai do futuro tirano de Atenas, Pisístrato. O relato revela uma animosidade de base contra a tirania, que se manterá como pano de fundo conceptual na tradição dos sophoi — apesar de algumas das figuras incluídas no grupo terem exercido um governo tirânico. A historicidade deste encontro de Quílon e Hipócrates deve, compreensivelmente, ser encarada com bastante ceticismo. Isso não impede, porém, que os avisos premonitórios de Quílon tenham contribuído para estabelecer um terminus a quo para a tradição da oposição espartana aos governos tirânicos, que se tornaria um seu traço distintivo, como se pode ver, por exemplo, em Heródoto (5.92.1-2), Tucídides (1.18), Aristóteles (Pol. 1310b-1311b), Plutarco (Mor. 859C-D) e Políbio (4.81.13). Um papiro do século II a.C. (P. Ryl. 18 - FGrHist 105 F 1) sustenta mesmo que, durante o eforato de Quílon, os Espartanos teriam levado a cabo uma campanha sistemática contra as tiranias então existentes na Grécia. O objetivo deste artigo é analisar como esta oposição à tirania se tornou mais amplamente parte da tradição dos Sete Sábios, tomando como referência principalmente os testemunhos de Heródoto, Platão, Plutarco e Diógenes Laércio.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41593Por mão feminina: Judite, a judia2025-11-12T18:44:43+00:00Rui Miguel Duartermduarte@edu.ulisboa.pt<p>Tiranos e tiranicídios eram um tema comum entre os declamadores e a retórica escolar helenística e bizantina. Entre os casos tratados, contava-se o de uma mulher que subira à alcova de um tirano para o matar, vindo a reclamar a recompensa devida. Em Antígona, o autocrata impõe sua vontade como lei, num estado em que nenhuma mulher jamais haveria de fazer leis. Em Israel, num tempo ficcional em que se misturam referências a impérios que nunca coexistiram, emerge da sombra uma respeitada nobre judia, viúva, que giza um plano para executar Holofernes, comandante assírio, estando as forças deste na iminência de destruir Israel. Como a sua émula tebana, fá-lo por iniciativa pessoal e constrangida pela piedade religiosa. Diferentemente desta, move-se pelo ímpeto de uma luta existencial da sua nação, luta pela liberdade, identidade e preservação do seu povo e do culto religioso pátrio, na terra que tinham por sua, contra o risco do extermínio pela ferocidade de uma horda estrangeira ímpia e opressora. Judite assume o desígnio pessoal do tiranicídio. O livro celebra a coragem de uma mulher que é a mão feminina do Deus que operou a libertação do seu povo. Uma mulher torna-se heroína nacional num mundo em que os homens tinham a preeminência. Há um misto de qualidades atribuídas geralmente aos varões, como a prudência e valentia nos conselhos, e de virtudes tidas por mais femininas. Não sendo partícipe da luta armada, exalçam-na o artificio da sedução feminina, que leva ao ludíbrio um homem que é o tipo do soberbo e luxurioso; finalmente, a vida recatada e temperada que manteve na viuvez, como exemplo para os concidadãos.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41596O mito segundo a ficção: em volta d’A cidade de Ulisses2025-11-12T18:44:55+00:00Alleid Ribeiro Machadoalleid.machado@mackenzie.br<p>a fim de compreender como a ficção portuguesa recente tem revisitado a história pretérita e a atual, por meio de seus mitos fundadores. Assim, verifica como a reconfiguração do mito de Ulysses é levada a efeito nessa narrativa de autoria feminina, partindo do pressuposto de que tal revisitação acaba por ser uma oportunidade para, de um lado, evidenciar uma discussão em torno das mazelas provocadas pela colonização e seus desdobramentos (Real, 2012) e, de outro, para colocar em pauta a própria condição feminina. Com intuito de seguir os rastros do mito e verificar a sua atualização face ao que foi descrito, num primeiro momento, empreende um percurso teórico em torno da própria definição de mito, conforme Eliade (2000) e Pimentel (2008).<br>Num segundo momento, como na narrativa de Teolinda Gersão o mito reconfigura-se no espaço da cidade por onde memórias pessoais e coletivas entremeiam-se, são trazidas para o campo de discussão questões relacionadas ao espaço geográfico e simbólico, assim como à memória, à identidade e ao poder, segundo autores como Candau (2021), Febvre (2009) e Foucault (2007).</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41599Alice Moderno, a ‘filha de Antígona’ discretamente emancipada2025-11-12T18:45:08+00:00Rui Tavares de Fariarui.mv.faria@uac.pt<p>Em 2011, Hilary Owen e Cláudia Pazos Alonso publicam, sob a chancela da Bucknell University, Antigone’s Daughters? Gender, Genealogy and the Politics of Autorship in 20th Century Portuguese Women’s Writing, volume que trata o modo como seis escritoras portuguesas do século passado – Florbela Espanca, Irene Lisboa, Agustina Bessa-Luís, Natália Correia, Hélia Correia e Lídia Jorge – poderão ser consideradas “filhas de Antígona”, por terem mostrado insubmissão, através da atuação socioprofissional e da obra literária, perante valores políticos, sociais e artísticos impostos pelo patriarcado então vigente, que afetou os mais variados domínios. Da mesma forma como Antígona enfrentou Creonte e as leis humanas, também essas mulheres portuguesas terão assumido uma conduta semelhante, desafiando a sociedade e as figuras masculinas do poder. Tendo em conta esta premissa e o estudo publicado pelas académicas anglo-saxónicas, propomos aumentar o número das escritoras que, no Portugal de finais do século XIX e primeira metade do século XX, terão vestido, de alguma forma, a pele de Antígona e aí importa-nos sugerir e atribuir “a mesma filiação” a Alice Moderno (1867-1946), figura discretamente emancipada num tempo em que a voz feminina era silenciada pelo olhar masculino e num espaço restrito e exíguo, como a ilha açoriana de S. Miguel. A sua vida, pautada por uma conduta social revestida de certa ousadia e entregue a causas e valores sociais nobres, interessa como exemplo do papel da mulher portuguesa enquanto mobilizadora de formas de libertação, para mais em território insular.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41605Lenda e Mito: Lucrécia e Dafne, Virtude e Vitória2025-11-12T18:45:46+00:00Elaine Cristina Prado dos Santoselainecristina.santos@mackenzie.br<p>Descrever um mito é sempre difícil, segundo Simone de Beauvoir (2016); é por vezes tão fluido e tão contraditório que não se lhe percebe, de início, a unidade: a mulher é a um só tempo Pandora e Atena, Eva e Virgem Maria. É a fonte da vida, é o silêncio elementar da verdade; é a presa do homem e sua perda. A partir desta afirmação sobre o universo feminino, este artigo tem por objetivo fazer uma leitura a respeito da lenda romana de Lucrécia, retratada na obra da antiguidade História de Roma, de Tito Lívio. A intenção é estabelecer relações históricas, míticas e temáticas com o mito do ideal de mulher virtuosa, agredida no espaço da domus, com a figura feminina mítica, Dafne, em Metamorfoses, do poeta latino Ovídio, perseguida pelo deus Apolo e metamorfoseada em loureiro. Tendo por parâmetro o mito do ideal de mulher virtuosa e vitoriosa e por alicerce as leituras de Roland Barthes (2003), Mircea Eliade (1991), Simone de Beauvoir (2016) e Henrique Sant’Anna (2015), pretende-se indagar se esse ideal romano de mulher pode, ainda, ser retratado na sociedade contemporânea e qual sentido de voz adquiriu a mulher do século XXI.</p>2025-10-31T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41611Frine e a Violência do Corpo Exposto: Uma ferramenta para a libertação feminina ou um instrumento ao serviço do homem?2025-11-12T18:46:24+00:00Joana Pinto Salvador Costajjcosta@letras.ulisboa.pt<p>O presente estudo tem o objectivo de tentar compreender o motivo do uso do corpo feminino de Frine, para a obtenção da absolvição da arguida, no discurso de Hiperides. Tendo como ponto de partida o julgamento da cortesã, tentaremos descortinar, com o recurso à análise comportamental, o que pode ter originado a inevitabilidade de ser praticado o acto de nudez e, por sua vez, as reacções despoletadas nos juízes. Com uma abordagem interdisciplinar, propomos um estudo de género que relaciona o acto criminoso com a necessidade da exibição e da recepção da imagem deste corpo nu. Até que ponto esta decisão pode ser considerada como uma libertação da mulher? Ou, pelo contrário, contém ideais masculinos que estão mascarados naquilo que é a imprevisibilidade feminina?</p>2025-11-11T12:18:59+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41602Realpolitik: Uma leitura política da trilogia The Inequalities, de Alexander Zeldin2025-11-12T18:46:33+00:00Bruno Henriquesbrunohenriques81@gmail.com<p>Em The Inequalities, Alexander Zeldin mostra como a injustiça, resultado de um processo violento de exploração capitalista, governa, de forma prepotente, a vida daqueles que lutam para sobreviver à Inglaterra da última década: uma distopia desumanizante levada a cabo pelo partido conservador. Obliterados pela precariedade laboral, económica, social, política e ontológica, os jornaleiros esfomeados encontram, no teatro de Zeldin, uma oportunidade para forjar uma voz comunal de resistência, que é como quem diz de tomada de consciência política. Zeldin, no entanto, repudia este adjetivo, sente-o como um apodo do qual tenta libertar o seu teatro, porque, no seu entender, Beyond Caring, LOVE, e Faith, Hope and Charity põem em cena heróis e heroínas, não ideias ou programas de cunho ideológico. Neste estudo, tentarei compreender e problematizar as razões que subjazem à resistência de Zeldin, autor de um teatro que considero ser assaz político.</p>2025-11-11T12:11:31+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41587Da caça e do caçador: de Machado de Assis a Sérgio Bianchi2025-11-12T18:46:45+00:00Francisco Topaftopa@letras.up.pt<p>O artigo analisa o conto de Machado de Assis “Pai contra mãe” e reflete sobre a visão do mundo escravocrata que lhe serve de contexto, interrogando também o modo como a liberdade e os<br>seus limites estão representados no texto. Num segundo momento, estuda brevemente a adaptação livre da narrativa feita por Sérgio Bianchi em 2005 no filme Quanto vale ou é por quilo?.</p>2025-11-11T00:00:00+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41584Uma faca de dois gumes: a questão do poder no teatro de Abdulai Sila2025-11-12T18:46:59+00:00Martin Neumannmartin.neumann@uni-hamburg.de<p>Um dos aspetos fulcrais do mito de Antígona gira à volta da questão de quem tem o poder e como o exerce. O problema impõe-se com urgência na situação atual da Guiné-Bissau, país que vivenciou desde a sua independência em 1974 até hoje uma sucessão de 17 presidentes e 32 primeiros ministros, com pelo menos seis golpes de estado e contra-golpes, em suma, instabilidade política que se deve em grande parte a vaidades pessoais. É sabido que o poder político, apesar de não ser em si uma força negativa, tem o perigo inerente de se tornar autónomo, seduzindo os seus detentores quase inevitavelmente a usá-lo sem escrúpulos, para fins económicos puramente privados.<br>Nas três primeiras peças de teatro do autor guineense Abdulai Sila, As orações de Mansata (2007), Dois tiros e uma gargalhada (2013) e Kangalutas (2018), a questão da aquisição e do uso do poder é fulcral, o que comprova que a situação histórica concreta da Guiné-Bissau é percebida como o maior problema da sociedade contemporânea. Quando se trata de reinar e enriquecer, quase todos acabam por trair os ideais revolucionários de antigamente. Assim, tanto As orações Mansata como Dois tiros e uma gargalhada mostram protagonistas corruptos que lutam, trucidando-se uns aos outros, para conquistar o poder. Felizmente, nas duas peças, estas tendências (auto-) destrutivas são contrabalançadas por um acentuado pragmatismo, que se sobrepõe a partidarismos políticos e ideologismos, uma constelação que se repete com protagonistas exclusivamente femininas e resultados idênticos em Kangalutas. Sila vê os problemas dos abusos do poder e reconhece que os mecanismos que governam este processo são, de um lado, humanos; porém, do outro lado não são incontornáveis. As três peças evidenciam as estratégias adequadas para evitar este efeito deletério, mostrando pessoas, que sabem resistir às seduções do poder. São os homens-grandes com a sabedoria secular que representam, assim como a geração jovem com a sua fé num futuro melhor. Juntos podem superar os imensos problemas dos quais sofre a realidade atual guineense.</p>2025-11-11T11:14:54+00:00##submission.copyrightStatement##https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/41581A luta da mulher na literatura firminiana2025-11-12T18:47:11+00:00Paulo Bogéapaulo.bogea@outlook.com.brAlgemira de Macêdo Mendesalgemiramendes95@gmail.com<p>O protagonismo da mulher na sociedade sempre foi sucumbido pelo poder patriarcal, a fim do homem não perder sua supremacia em ditar as regras sociais. Lélia González (2020), enfatiza que a mulher latino-americana foi submissa ao poder masculino por muito tempo, mas, ao perceberem que são donas de sua história, erguem sua voz (hooks, 2019) e ecoam o grito libertador. A partir desse ponto, entraremos na obra Úrsula (1859) de Maria Firmina dos Reis com o intuito de compreender a relevância das personagens femininas no processo libertador das mulheres no Brasil do século XIX, uma vez que Úrsula, Luísa B., mãe de Tancredo, mãe de Túlio, Preta Susana e Adelaide, fogem do padrão da época, ou seja, não estão apenas representando os papéis sociais de filha, esposa e mãe. Assim, a nossa pesquisa segue uma linha literária - sociológica, pois estão intrinsecamente ligados, sobretudo quando temos uma narrativa no período colonial, onde os papéis femininos eram impostos e passam de uma moldura para engendrar suas identidades.</p>2025-11-11T10:45:04+00:00##submission.copyrightStatement##