Job, o justo infortúnio e a interpretação do sofrimento pelos amigos. Discursos de Elifaz
Resumo
A história de Job, conhecida como história de um justo infeliz, faz parte dos livros da Bíblia Sagrada, no Antigo Testamento, cujo autor é desconhecido, como muitos outros livros da Bíblia, sendo também, segundo estudiosos da Bíblia, conhecida como parte da “literatura sapiencial” e obra-prima do movimento de sabedoria. O Livro de Job e seus personagens nos leva a refletir sobre a questão da experiência humana no seu todo, partindo da conceção elevada de Deus e as considerações quanto ao homem, Satanás, justiça, redenção e ressurreição, por um lado; e nos convida, por outro, a analisar a problemática do sofrimento de um justo. Este artigo pretende interpretar os discursos de Elifaz, um dos três amigos-consoladores de Job, e a sua tomada de posição quanto ao sofrimento do seu amigo, e aos discursos de Job como direito de resposta. Pretendemos abordar a interpretação do sofrimento de Job na ótica do Elifaz, por ser a pri- meira pessoa a quem o narrador dá a palavra depois de Job ser entregue a Satanás, por ordem de Deus. Procuramos, nos discursos de Elifaz, analisar as questões levantadas em relação ao sofrimento de Job, questões que julgamos serem presentes até ao nosso tempo: o inocente pode ou não sofrer? Porque o justo é submetido às aflições? A experiência humana e a parte de Deus e/ou de Satanás no sofrimento humano. Para responder a essas e outras questões que poderão surgir ao longo do trabalho, teremos como textos de apoios, para além do Livro de Job, outros textos científicos e bíblicos que abordaram o tema da intervenção de Deus no sofrimento do homem, numa perspetiva exclusivamente literária.
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