Poéticas do labirinto no conto contemporâneo: de Jorge Luís Borges a David Mourão-Ferreira e Sophia de Mello Breyner Andresen

  • Helena Malheiro Universidade Aberta/CLEPUL
Palavras-chave: poética, abirinto, fantástico, absoluto, sentido, identidade

Resumo

O labirinto é a estrutura sobre a qual se erguem múltiplos contos contemporâneos, um labirinto espacial, temporal e textual que desencadeia invariavelmente um labirinto do conhecimento que chega a pôr em causa a própria identidade das personagens que nele a medo ousam penetrar. Partindo de alguns contos paradigmáticos de Jorge Luis Borges, David Mourão-Ferreira e Sophia de Mello Breyner Andresen, onde uma escrita de contínuo devir adia incessantemente o sentido, tentaremos aqui evidenciar a simbologia poderosa de uma verdadeira “poética do labirinto” no conto contemporâneo. A imagética transbordante inerente a esta prosa poética ou mais concretamente a esta poesia narrativa de clima fantástico, conduz frequentemente a uma multiplicidade e a uma inversão total de perspectivas que nos leva à vertigem e à alucinação. Porque os seres que aqui se perpetuam erram perdidos à procura de si próprios e do mistério que tudo invade e se instala nos interstícios do real e das palavras, para nos conduzir ao espanto de um universo desconhecido onde a beleza esmagadora da Poesia é o fio condutor de uma poderosa demanda do sentido3.

Publicado
2019-02-22