Fragmentações coerentes em A Morte do Palhaço e O Mistério da Árvore, de Raul Brandão

  • Maria Inês Castro e Silva Queen’s University Belfast / National University of Ireland, Maynooth
Palavras-chave: fragmentação, Raul Brandão, grotesco, angústia, morte

Resumo

A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore, de Raul Brandão, datado de 1926, surge como uma reescrita de História dum Palhaço; (A Vida e o Diário de K. Maurício), de 1896. Raul Brandão sempre esteve integrado no mundo do jornalismo e é também através a partir deste registo que surgem algumas das suas obras, crónicas e contos que publicou. Daí, talvez, A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore surja como uma obra de índole acentuadamente fragmentária, em sintonia com o carácter instável das suas personagens, trazendo, apesar de tudo, no seu íntimo uma lógica interna de grande coerência. Na combinação entre o atractivo e o repulsivo, na tensão veiculada pela angústia e pela morte, o grotesco emerge como a figura maior da deformação, dialogando com o carácter fragmentário da sua obra.

Publicado
2019-02-22