O espelho e o diverso em Dona de Luciene Carvalho

  • Olga Maria Castrillon-Mendes UNEMAT/Cáceres
Palavras-chave: Metamorfose, Literatura brasileira contemporânea, Figurações do feminino, Luciene Carvalho

Resumo

Dona, a mais recente publicação de Luciene Carvalho é carregada do empenho de ser fiel a si mesma. Em relação ao conjunto de sua produção a poeta traz certo amadurecimento do espírito depurado dos resíduos emocionais e intelectuais deixados pelas e em suas relações com o espaço/ tempo dos quais exalam profundas raízes populares que são a matéria de que é feita sua poesia. Nessa diversidade que se coloca entre o local e o global, Dona tem uma fina natureza poética que relaciona aspectos da realidade interior somados à experiência de linguagem ligada à cons- trução da vida. A voz familiar que recostura os becos e os recantos de cidades metamorfoseia-se em grito de liberdade simbolicamente representado pelos próprios conflitos de identidade. No percurso, tanto de maturação do espírito, quanto de produção poética busco, nesta comunicação, observar como Luciene Carvalho naturaliza seu narciso a partir do “ser feminino” em situação de maturidade. Reflito os caminhos dessa composição poética numa perspectiva que define a tônica do movimento do discurso que, ao retornar, dá à imagem invocada a aura de mito, como pensado por Alfredo Bosi (2009).

Publicado
2021-12-21
Secção
Olhares de Narciso: egotismo e alienação