Olhar para si, olhar para o outro: autorretrato, retrato e simulacros em Caderno de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo

  • Marinei Almeida PPGEL – UNEMAT/UFMT
Palavras-chave: Moçambique, Memória, Olhares, Imagens, Retratos, Simulacros

Resumo

A partir da leitura de Caderno de memórias coloniais (2009), de Isabela Figueiredo, este texto tem como objetivo refletir sobre os vários “olhares” e dizeres que, por meio de uma reminiscên- cia ainda reclama um lugar no presente. A narrativa aponta para uma tentativa de construção (ou desconstrução) de imagens que problematizam questões delicadas que envolvem eventos resultantes da empreita colonial portuguesa em Moçambique. Autorretrato, retrato e simula- cro, portanto, são tecidos no corpo textual por meio de um discurso crítico e ambíguo. Assim, considera-se que em produções literárias e culturais da contemporaneidade, sobretudo aquelas que abordam sobre o vivido/acontecido no tempo e espaços da ocupação colonial, apresentam tensões advindas desses eventos, que ultrapassam uma cronologia temporal e reverberam no presente. Essas criações artísticas e culturais protagonizam múltiplos e distintos “olhares” e subjetividades em movimentos significativos que abordam contextos complexos e particulares, na grande maioria, por meio do elemento da memória que convoca a história de uma deter- minada época, na representação de uma memória coletiva que se impõe como necessária na revisitação do narrar a imagem da Nação pós-colonial.

Publicado
2021-12-21
Secção
Olhares de Narciso: egotismo e alienação