Pesadelos de Narciso: egotismo e transtornos de personalidade na narrativa urbana de José Rodrigues Miguéis e Branquinho da Fonseca

  • Silvie Špánková Universidade Masaryk
Palavras-chave: Narciso, Egotismo, Transtornos de personalidade, Cidade moderna, Ficção portuguesa, José Rodrigues Miguéis, Branquinho da Fonseca

Resumo

A problemática do egotismo e transtorno de personalidade constitui uma das linhas temáti- cas que podem ser abordadas na prosa urbana de José Rodrigues Miguéis (Páscoa Feliz, 1932) e Branquinho da Fonseca (alguns contos das coletâneas Zonas, 1931-1932, Caminhos Magnéti- cos, 1938, Rio Turvo, 1945, contos dispersos). Absorvendo certos traços marcantes da narrativa oitocentista, a prosa da primeira metade do século XX apresenta várias imagens da alienação e cisão do sujeito como sintomas da cidade moderna. Por extensão, a figura quiasmática, que pode ser detetada nas narrativas de Rodrigues Miguéis e Branquinho da Fonseca, reflete a cul- tura da modernidade, sua propensão à constante (des)construção e metamorfose. Neste artigo analisa-se, portanto, o vínculo que existe entre a cidade moderna (como conceito e espaço geográfico) e o sujeito alienado (fragmentado, desdobrado).

Publicado
2021-12-21
Secção
Olhares de Narciso: egotismo e alienação