Narciso e a melancolia do outro lado do espelho
Resumo
O autor propõe a unificação do mito de Narciso e da teoria da Melancolia como termos do tropo etopoiético na poesia da Modernidade romântica e baudelairiana. Mito e teoria da Antiguidade, figurando a transparência da água e a densidade da terra, a sua síntese alienante será incarnada pelo Homem romântico e moderno, no “espelho triste” da sua orfandade teológica e estética, que traduz uma ruptura com a ordem do Bem e do Belo ideais. Começando por representar o regresso de Narciso enquanto símbolo da subjectividade egotista assim resgatada, o Roman- tismo, na sua evolução durante os séculos XIX e XX, acabará por se encontrar com a figura melancólica de Saturno, que se transforma no mito idiossincrático da Modernidade estética.
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