Narciso nas Metamorfoses de Ovídio e na pintura de J. W. Waterhouse

  • Carlos Mesquita Severino Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Palavras-chave: Narciso, Metamorfoses, Ovídio, J. W. Waterhouse, Representação, Iconografia

Resumo

Desde que começa a expor na Royal Academy of Arts, em 1874, até à sua morte, em 1917, J. W. Waterhouse manteve um relacionamento constante com os textos clássicos, nomeadamente com as Metamorfoses de Ovídio, com base nas quais produziu sete telas admiráveis e vários estudos. Uma dessas obras – Echo and Narcissus (1903; Walker Art Gallery, Liverpool; óleo sobre tela, 109 cm x 189 cm) – é a imagem mais reproduzida da galeria de Liverpool. De facto, ela foi pioneira na aquisição dos direitos de autor, quando a comprou ao artista na Liverpool Autumn Exhibition em 1903. Além deste trabalho, o pintor também usou a flor como motivo recorrente na sua pin- tura, designando Narcissus uma tela de 1912, cuja composição retrata um prado inglês florido. Propomo-nos analisar Echo and Narcissus, relacionando-o com o texto de Ovídio e, de seguida, estudar algumas das pinturas do artista que evocam a flor e a figura do mito.

Publicado
2021-12-21
Secção
Olhares de Narciso: egotismo e alienação