Um estudo sobre a tradução portuguesa da obra “As Rãs” de Mo Yan sob a perspetiva da ecocrítica
Resumo
A novela “As Rãs” de Mo Yan, escritor chinês laureado com o Prémio Nobel, tem atraído uma atenção generalizada desde a sua publicação, visto ser uma novela cujo tema é muito controverso, que tem como base um período histórico muito especial da China, “o Planeamento Familiar”, e através da qual, o autor procura demonstrar-nos as suas reflexões sobre a vida e o futuro da humanidade.
A Ecocrítica consiste numa escola de crítica literária desenvolvida nos anos 90 no ocidente. Sendo um método que liga a teoria da ecocrítica às obras literárias, concentra-se, principalmente, na relação entre a ecologia, a humanidade e a literatura. Pela crítica ecológica, podem-se explorar as ricas conotações ecológicas nas obras, despertando a consciência ecológica do público e ajudando o público a restabelecer a sua ligação com a natureza. Além de criticar as consequências resultantes da prática do plano familiar, a obra está ainda repleta de narrativas sobre a relação entre ambos os sexos, pelas quais também se observam os comentários críticos a este aspeto. Para tornar o nosso estudo mais completo e o perspetivar de vários ângulos, ao mesmo tempo que o centramos no tema ecológico recorrendo às teorias relacionadas com a ecocrítica, pretendemos também, adotar as considerações críticas do ecofeminismo, aquando da análise tradutória das descrições das relações entre homens e mulheres.
No decurso deste artigo serão analisados os fenómenos ecológicos na tradução portuguesa da novela, sob a perspetiva ecocrítica. Concretamente, analisaremos quais as estratégias tradutórias usadas pelo tradutor brasileiro Amilton Reis aquando da tradução destes fenómenos ecológicos, de modo a fornecer sugestões para trabalhos futuros sobre a tradução literária sob esta perspetiva.
Referências
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