Um estudo sobre a tradução portuguesa da obra “As Rãs” de Mo Yan sob a perspetiva da ecocrítica

  • Zhihua Hu Zhejiang International Studies University; Universidade de Aveiro, CLLC
  • Maria Teresa Roberto Universidade de Aveiro, CLLC

Resumo

A novela “As Rãs” de Mo Yan, escritor chinês laureado com o Prémio Nobel, tem atraído uma atenção generalizada desde a sua publicação, visto ser uma novela cujo tema é muito controverso, que tem como base um período histórico muito especial da China, “o Planeamento Familiar”, e através da qual, o autor procura demonstrar-nos as suas reflexões sobre a vida e o futuro da humanidade.

A Ecocrítica consiste numa escola de crítica literária desenvolvida nos anos 90 no ocidente. Sendo um método que liga a teoria da ecocrítica às obras literárias, concentra-se, principalmente, na relação entre a ecologia, a humanidade e a literatura. Pela crítica ecológica, podem-se explorar as ricas conotações ecológicas nas obras, despertando a consciência ecológica do público e ajudando o público a restabelecer a sua ligação com a natureza. Além de criticar as consequências resultantes da prática do plano familiar, a obra está ainda repleta de narrativas sobre a relação entre ambos os sexos, pelas quais também se observam os comentários críticos a este aspeto. Para tornar o nosso estudo mais completo e o perspetivar de vários ângulos, ao mesmo tempo que o centramos no tema ecológico recorrendo às teorias relacionadas com a ecocrítica, pretendemos também, adotar as considerações críticas do ecofeminismo, aquando da análise tradutória das descrições das relações entre homens e mulheres.

No decurso deste artigo serão analisados os fenómenos ecológicos na tradução portuguesa da novela, sob a perspetiva ecocrítica. Concretamente, analisaremos quais as estratégias tradutórias usadas pelo tradutor brasileiro Amilton Reis aquando da tradução destes fenómenos ecológicos, de modo a fornecer sugestões para trabalhos futuros sobre a tradução literária sob esta perspetiva.

Referências

Meng, X. (2017). Untersuchung der Kinder-und Hausmarchenausder Perspektive des Egocentric Ecocriticism (Tese de Doutoramento). Shanghai International Studies University.

Mo. Y. (2009). The Frog. Shanghai: Shanghai Literature and Art Publishing House (nota: a versão "As Rãs" que consultámos trata de uma versão eletrónica, como nesta versão não há paginação, numerámos as páginas de acordo com a sua ordem).

Mo. Y & Reis. A. (2015). As Rãs. São Paulo: Editora Companhia das Letras.

Flotow, L. (1997). Translation and Gender: Translating in the “Era of Feminism”. St Jerome Publishing.

Hui, Y. (ed.) (2003). Grande Dicionário Novo Chinês - Inglês, Beijing: Foreign Language Teaching and Research Press.

Glotfelty, C. & Harold, F. (1996). The Ecocriticism Reader: Landmarks in Literary Ecology. Athens and London: University of Georgia.

Rueckert, W. (1978). Literature and Ecology: An Experiment in Ecocriticism. Iowa Review 9 (1), 71-86.

Shen, Y. (2008). The Development of Ecofeminism and Its Impact on Translation. Journal of Chizhou University, 22(4), 70-72.

Sun, N. (2007). An Interpretation of Eco-feminism in Translation Studies. Journal of Hehai University: Philosophy and Social Sciences, 9 (1), 42-44.

Wei, Q. (2012). From Ecological Criticism to Ecofeminist Criticism. Journal of Soochow University (Philosophy and Social Sciences), 33(2), 150-155.

Zhao, J. (2016). Gender Difference of Misery Description in Mo Yan’s Novels – Based on Analysis of Red Sorghum Clan, Big Breast and Wide Hips, Frog (Dissertação de Mestrado). Shandong University.

Zheng, C. (2014). An Analysis of the Two Chinese Translations of Tess of the D’Urbervilles from Eco-feminist’s View on Nature (Dissertação de Mestrado). Beijing Foreign Studies University.

Publicado
2020-06-28