Entre permanência e viagem: percursos salvíficos na obra de duas escritoras suíças contemporâneas, Monique Saint-Hélier e Annemarie Schwarzenbach

  • Maria Hermínia Laurel Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Literatura suíça, Viagem, Salvação

Resumo

Pretendemos estudar neste artigo alguns percursos viáticos, mas também biográficos, de duas escritoras suíças do século XX, percursos convergentes em torno de um objectivo comum: a salvação. Independentemente da ausência de mobilidade ou da mobilidade que marcou a vida de cada uma, um objectivo transparece das suas obras. Se, para Monique Saint-Hélier, condenada pela doença à imobilidade, a escrita se revela como uma razão de viver, mas também como o palco dos conflitos não resolvidos que dilaceram as suas personagens na procura de uma salvação impossível, é na viagem e num estado de mobilidade permanente que Annemarie Schwarzenbach tenta encontrar a terra prometida (para parafrasear o título sob o qual publica o relato da sua viagem ao Afeganistão, entre 1939 e 1940, na companhia da fotógrafa e também grande viajante Ella Maillart, Où est la terre des promesses?). Escritoras que nada aproxima (a não ser a sua nacionalidade e a sua contemporaneidade), nem em termos biográficos, que percorreremos brevemente, nem nos modos de escrita, sobre os quais nos debruçaremos com maior atenção, a procura da salvação transparece da obra de ambas num tempo particularmente grave da história europeia, e mundial, marcado pelos sinais do conflito eminente que, em parte, iria determinar a vida e a obra de cada uma.

Publicado
2019-04-16