Paraísos “alternativos” na literatura de espiritualidade e na prosa de ficção em Portugal (séculos XVI-XVII)

  • Paula Almeida Mendes CITCEM, Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Palavras-chave: Paraíso, Bosque, Ermo, Literatura, Séculos XVI-XVII, Portugal

Resumo

A nostalgia de um Paraíso perdido, associada à busca de uma Idade do Ouro, com origens na Antiguidade clássica, reflete-se em diversos textos, que se inscrevem em filões que vão da hagiografia à prosa de ficção, produzidos em Portugal, nos séculos XVI e XVII. Deste modo, tendo como pano de fundo a problemática em torno de um Paraíso “alternativo” na Terra e da salvação eterna, este artigo procura chamar a atenção para os moldes em que se desenvolvem as dimensões apontadas, sobretudo na literatura de espiritualidade – de que são exemplo as “Vidas” de eremitas, no domínio da hagiografia, ou alguns textos que se inscrevem na literatura de pendor ascético, como o Boosco Deleitoso –, que não poderão ser dissociados de uma pauta que se escora em um ideal de perfeição cristã, que asseguraria a salvação eterna, e também na prosa de ficção – como, por exemplo, os “livros de pastores”, cuja diegese se desenvolve sempre em um ambiente idílico, longe dos vícios e dos bulícios do “século”.

Publicado
2019-04-15