Design Centrado no Ser: uma Abordagem existencialista

  • Nuno Dias ID+, DeCA, Universidade de Aveiro
  • Cristiane Menezes ID+, DeCA, Universidade de Aveiro
  • Abhishek Chatterjee ID+, DeCA, Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Design Centrado-no-Ser, Abordagem existencialista, Triângulo de Design’ de Providência, Design especulativo, Economia da sabedoria

Resumo

Este artigo descreve o ‘Design Centrado no Ser,’ uma abordagem existencialista que coloca a especulação e a reflexão crítica para a potenciação de modos de existência desejados no cerne de uma perspetiva situada. O principal objetivo é estabelecer um ‘espaço de poética’ para a poiesis - a criação e produção - do design em torno de uma ideia de “economia da sabedoria” local, inspirada por Stuart Walker. Focando-se na questão do 'Ser' e do devir, o modelo visa ultrapassar os paradigmas antropocêntricos dominantes no design, procurando abarcar os potenciais positivos das experiências profundas e transformadoras através da fenomenologia da contemplação, espiritualidade e transcendência. Estas dimensões são exploradas tanto do ponto de vista da criação como da receção e uso dos produtos e conceitos de design, que atuam como mediadores sobre a técnica e como potenciadores de novos modos de existência. Para discutir a aplicabilidade dos conceitos emergentes, o artigo posiciona o Design Centrado no Ser no contexto de uma investigação-ação em curso, em colaboração com a comunidade do Ciclo do Linho de Castelões.

Referências

Adorno, T. W. (2008). Teoria estética. Edições 70.

Albino, C. (2017). À procura de práticas sábias: design e artesanato na significação dos territórios. Coimbra: CEARTE - Centro de Formação Profissional do Artesanato, - 311 páginas.

Brown, T. (2009). Change by Design: How Design Thinking Transforms Organizations and Inspires Innovation. HarperCollins.

Chesbrough, H. (2003). Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology. Boston: Harvard Business School Press.

Cooper, A., Reimann, R., Cronin, D., & Noessel, C. (2014). About face: The essentials of interaction design. Wiley.

Csikszentmihalyi, M. (1975). Beyond boredom and anxiety. (Jossey-Bass.).

Csikszentmihalyi, M. (1990). Flow: The psychology of optimal experience. New York: Harper & Row.

Damásio, A. (1995). O Erro de Descartes. Publicações Europa-América.

Damásio, A. (2004). Ao Encontro de Espinosa. Temas e Debates.

Deleuze, G. (1989). Espinoza e os Signos. Rés.

Dias, N. (2011). Do design de interação ao design da experiência tecnologicamente (I)mediada. Aveiro, Portugal: Universidade de Aveiro.

Dias, N. (2015). Para um Design Centrado no Ser. Em J. G. Rosa, Facetas e Aplicações do Design Centrado no Usuário. Rio de Janeiro: Rio Books.

Dourish, P. (2001). Where the Action is: The Foundations of Embodied Interaction. MIT Press.

Dunne, A., & Raby, F. (2013). Speculative everything: design, fiction, and social dreaming. Massachusetts Institute of Technology.

Espinosa, B. (1992). Ética. Relógio D'Água.

Foucault, M. (1986). The Care of The Self – The History of Sexuality III. New York: Vintage Books.

Gadamer, H.-G. (1998). Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. (F. P. Meurer, Ed., & F. P. Meurer, Trad.) Editora Vozes.

Giacomin, J. (2014). What is human centred design? The Design Journal, pp. 606-623.

Gibson, J. (1979). The theory of affordances. In The ecological approach to visual perception. Houghton Mifflin.

Hancock, P., Pepe, A., & Murphy, L. (2005). Hedonomics: The Power of Positive and Pleasurable Ergonomics. Ergonomics in Design: The Quarterly of Human Factors Applications., 13.

Harrison, S., Tatar, D., & Phoebe, S. (2007). The three paradigms of HCI. Conference: Alt. Chi. Session at the SIGCHI Conference on Human Factors in Computing Systems.

Hegel, G. W. (2022). Fenomenologia do Espírito. Página a Página.

Heidegger, M. (1977). The question concerning technology, and other essays. Harper & Row.

Heidegger, M. (2009). Ser e Tempo. Vozes.

INE. (2022). Empresas em Portugal. Instituto Nacional de Estatística. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. Obtido de https://www.ine.pt/: https://www.ine.pt/xurl/pub/15413305

ISO. (2002). ISO/TR 16982:2002(en) . Ergonomics of human-system interaction — Usability methods supporting human-centred design. ISO. Obtido em 28 de November de 2023, de ISO: https://www.iso.org/standard/77520.html

João Branco, M. G. (2002). De Aristóteles a Damásio: para uma retórica da interacção. Comunicar-te – revista de comunicação e arte, 99-103.

Koltko-Rivera, M. E. (2006). Rediscovering the Later Version of Maslow’s Hierarchy of Needs: Self-Transcendence and Opportunities for Theory, Research, and Unification. Review of General Psychology, Vol. 10, No. 4, pp. 302–317.

Krippendorff, K. (2005). The Semantic Turn – A New Foundation for Design. CRC Press.

Levinas, E. (1961). Totality and infinity: An essay on exteriority. Martinus Nijhoff Publishers.

Manzini, E. (2015). Design, When Everybody Designs An Introduction to Design for Social Innovation. The MIT Press.

Maslow, A. (1943). A Theory of Human Motivation. Psychological Review, 50, pp. 370-396.

Maslow, A. (1968). Toward a Psychology of Being (2nd edition ed.). Van Norstrand Reinhold.

Maslow, A. (1994). Religions, Values, and Peak-Experiences. Penguin Publishing Group.

Menezes, C., Branco, V., Dias, N., & Chatterjee, A. (2022). Novo-com-tradição: O encontro entre o Design e a produção artresanal do linho em Castelões. Revista dos encontros internacionais Ergotrip Design (6), 18-25.

Menezes, C., Chatterjee, A., Dias, N., & Branco, V. (2023). Convention versus Contemporaneity: The affordances of design-led mediation towards sustaining an ancestral cycle of linen making in Castelões, Portugal. Em Cumulus Antwerp 2023: 12-15 April 20 (pp. p. 591-594). Academia Press eBooks.

Merleau-Ponty, M. (1961). Eye and Mind. Em M. Merleau-Ponty, The primacy of perception: And other essays on phenomenological psychology, the philosophy of art, history, and politics (pp. 159-190). Northwestern University Press.

Merleau-Ponty, M. (1962). Phenomenology of perception. Routledge & Kegan Paul.

Moggridge, B. (2007). Designing interaction. MIT Press.

Moraes, D. D. (2010). Metaprojeto – O design do design. São Paulo, Brasil: Blucher.

Nicolesco, B. (2012). The Transdisciplinary Evolution of the University Condition for Sustainable Development*. Obtido de Le Centre International de Recherches et études Transdisciplinaires (CIRET): https://ciret-transdisciplinarity.org/index.php

Nielsen, J. (1993). Usability engineering. Academic Press.

Norman, D. (1988). The psychology of everyday things. Basic Books.

Norman, D. (2005). Emotional Design: Why We Love (or Hate) Everyday Things. Basic Books.

Norman, D. (2023). Design for a Better World: Meaningful, Sustainable, Humanity Centered. MIT Press.

Nunes, J. (2016). Agricultura Lusitana. ADXTUR.

Papanek, V. (1973). Design For The Real World – Human Ecology and Social Change. Bantan Books.

Pine, J., & Gilmore, J. (1999). The experience economy: work is theatre & every business a stage. Boston: Harvard Business Press.

Pippo, A. F. (2000). The Concept of Poiesis in Heidegger's An Introduction to Metaphysics. Thinking Fundamentals, IWM Junior Visiting Fellows Conferences, Vol. 9. Vienna.

Providência, F. (2003). Algo más que una hélice. Em Arte? Diseño?, nuevos capitulos en una polémica que viene de lejos (Anna Calvera ed., pp. 195-213). GG Diseño.

Providência, F. (2012). Poeta, ou aquele que faz – a poética como inovação em Design. Universidade de Aveiro, PhD.

Reed, P. (2014). Theory of Self-Transcendence. Em M. J. Smith, & P. R. Liehr, Middle range theory for nursing (pp. 109-140). Springer Publishing Company, LLC.

Russell, P., & Lyndon, B. (2020). Humanity-Centred Design – defining the emerging paradigm in design education and practice.

Sartre, J. P. (1943). Being and nothingness. Gallimard.

Seibt, J. (Winter de 2023). Process Philosophy. In E. N. Zalta & U. Nodelman (Eds.), The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2023 edition). Metaphysics Research Lab, Stanford University. Retrieved from. Obtido de https://plato.stanford.edu/archives/win2023/entries/pro

Shedroff, N. (2001). Experience Design. Turtleback.

Shneiderman, B., & Plaisant, C. (2005). Designing the user interface: Strategies for effective human-computer interaction. Pearson/Addison Wesley.

Straus, C., & Fuad-Luke, A. (2008). The Slow Design Principles. A new interrogative and reflexive tool for design research and practice. Changing the Change Design, Visions, Proposals and Tools Proceedings.

Svanæs, D. (2013). Interaction design for and with the lived body: Some implications of Merleau-Ponty’s phenomenology. ACM Transactions on Computer-Human Interaction (TOCHI), 20(1), pp. Article 8 1-30.

United Nations. (2019). Global Sustainable Development Report 2019: The future is now – Science for achieving sustainable development. United Nations. UN. Obtido de https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/24797GSDR_report_2019.pdf

Walker, S. (2013). Design and Spirituality: Material Culture for a Wisdom Economy. Design Issues, 29 (3), 89–10. Obtido em 5 de 10 de 2023

Watts, M. (2001). Heidegger: A Beginner's Guide. (H. &. Stoughton, Ed.) London: Hodder & Stoughton.

Winograd, T., & Flores, f. (1986). Understanding Computers and Cognition: A New Foundation for Design. Ablex Publishing.

Zimmerman, M. E. (1990). Heidegger's confrontation with modernity: Technology, politics, and art. Indiana University Press.

Publicado
2024-12-04