Revista Captar: Ciência e Ambiente para Todos
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<p>A revista CAPTAR, Ciência e Ambiente para Todos, acessível on-line, apresenta-se assim como uma publicação científica periódica, escrita em português, onde os leitores são confrontados com dados científicos atuais, assim como com os procedimentos científicos utilizados pelos investigadores para a sua obtenção.</p>pt-PTRevista Captar: Ciência e Ambiente para Todos1647-323XEfeitos da invasão da floresta ripária por espécies do género Acacia na decomposição de folhada em ribeiros
https://proa.ua.pt/index.php/captar/article/view/38107
<p>Os ribeiros dependem da floresta ripária (e.g., como fonte de detritos vegetais que sustentam as comunidades aquáticas), pelo que são susceptíveis a alterações nas espécies que a compõem. As florestas ripárias do centro de Portugal estão ameaçadas por espécies invasoras, entre as quais espécies do género <em>Acacia</em> que têm características distintas daquelas das espécies nativas. Nos últimos anos foram realizados vários estudos em ribeiros da Serra da Lousã para perceber quais os efeitos (se alguns) da invasão das florestas ripárias nas comunidades e nos processos aquáticos. Aqui são reportados alguns resultados relativos à comparação da decomposição de detritos vegetais em três ribeiros em floresta de espécies nativas e três ribeiros em floresta invadida por <em>Acacia</em> spp. A invasão pode retardar a decomposição microbiana dos detritos vegetais, e consequentemente a reciclagem de nutrientes, principalmente por alteração do tipo de detritos que entra nos ribeiros (que são mais recalcitrantes em resultado da maior contribuição das espécies invasoras). O aumento das concentrações de nutrientes dissolvidos na água teve um pequeno efeito estimulatório da decomposição dos detritos e o acesso dos macroinvertebrados fragmentadores mitigou as diferenças na decomposição dos detritos entre tipos de ribeiros. Os efeitos podem agravar-se com o aumento da extensão da invasão.</p>Verónica FerreiraAna Pereira
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2025-05-282025-05-28161110.34624/captar.v14i0.38107Biodiversidade subterrânea de Portugal: de deserto biológico a hotspot de classe mundial
https://proa.ua.pt/index.php/captar/article/view/38877
<p>A biodiversidade subterrânea é tipicamente dominada por invertebrados, entre os quais os artrópodes são o mais diverso grupo de animais. Na vasta imensidão inacessível dos ecossistemas subterrâneos, são as grutas que dão acesso a pequeníssimas janelas para a observação da composição e funcionamento destes habitats. Portugal foi considerado um país pobre em diversidade cavernícola durante décadas. Contudo, o avanço da investigação multidisciplinar nas últimas duas décadas permitiu alcançar o estatuto de hotspot de biodiversidade subterrânea de classe mundial. Para isto contribuiu, em grande medida, a incomparável diversidade de artrópodes subterrâneos que habitam as cavernas do Algarve, composta por espécies já consideradas icónicas a nível internacional. Este artigo apresenta uma perspetiva global sobre a biodiversidade subterrânea de Portugal, bem como das características únicas das grutas e outros ecossistemas subterrâneos de Portugal.</p>Ana Sofia P. S. Reboleira
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2025-06-042025-06-04162210.34624/captar.v16i0.38877Estudo das populações de pequenos mamíferos através da análise de egagrópilas de coruja-das-torres (Tyto alba)
https://proa.ua.pt/index.php/captar/article/view/37219
<p>O estudo das populações de pequenos mamíferos pode ser efetuado através de métodos diretos que envolvem a sua captura através de armadilhas, e métodos indiretos não invasivos como a armadilhagem fotográfica, a prospeção e recolha de índicos de presença e análise de egagrópilas de coruja-das-torres. A coruja-das-torres (<em>Tyto alba</em>) é uma ave de rapina noturna com distribuição global, com exceção das regiões árticas. Esta espécie alimenta-se preferencialmente de pequenos mamíferos que são ingeridos inteiros, as estruturas ósseas e o pelo não são digeridos durante o processo digestivo e são posteriormente regurgitados sob a forma de uma massa ovoide, designada de egagrópila. O conteúdo das egagrópilas contem todas as estruturas não digeridas da presa e a identificação das espécies de pequenos mamíferos é efetuada através da sua dentição. A análise da dieta alimentar da coruja-das-torres reflete a diversidade e abundância de pequenos mamíferos capturados no seu território de caça, sendo um método valiosos e amplamente utilizado para estimar a abundância relativa das presas numa determinada região. Existem numerosas espécies de pequenos mamíferos que podem ser estudados no norte de Portugal, nomeadamente da ordem Soricomorpha o musaranho-de-dentes-brancos (<em>Crocidura russula</em>), o musaranho-de-dentes-vermelhos (<em>Sorex granarius</em>), e da ordem Rodentia o rato-cego (<em>Microtus lusitanicus</em>), o rato-do-campo-lusitano (<em>Microtus rozianus</em>) e o rato-de-Cabrera (<em>Microtus cabrerae</em>).</p> <p>As populações de pequenos mamíferos entre as diferentes regiões bioclimática de Portugal são importantes para estudar as populações de roedores e avaliar estratégias de conservação que considerem as particularidades climáticas e ambientais de cada região. Proteger os habitats naturais das regiões é crucial para manter a biodiversidade e assegurar a sobrevivência das espécies, numa lógica de desenvolvimento sustentável.</p>João Soares CarrolaSofia BettencourtHélia Vale-GonçalvesRafael Ferreira
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2025-06-232025-06-23163310.34624/captar.v16i0.37219