A influência dos efeitos maternais em invertebrados bentónicos marinhos com ciclos de vida bifásicos, com ênfase nos crustáceos decápodes

  • Felisa Rey Departamento de Biologia & CESAM, Universidade de Aveiro
  • Ricardo Calado Departamento de Biologia & CESAM, Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Investimento maternal, Plasticidade fenotípica, Ciclos de vida complexos

Resumo

A maioria dos invertebrados bentónicos marinhos desenvolve-se através de ciclos de vida complexos e bifásicos. Existem três momentos críticos no ciclo de vida destes organismos, que exercem uma grande influência no seu desenvolvimento: 1) investimento maternal na produção de oócitos, 2) eclosão e desenvolvimento larvar e 3) metamorfose. O sucesso de cada um destes processos vai condicionar de forma determinante a dinâmica e a evolução das populações. A complexidade dos ambientes que estes organismos ocupam, e a diversidade de fatores (bióticos e abióticos) que influenciam as distintas fases do seu ciclo de vida, torna difícil dissociar o efeito dos fatores maternais e ambientais. As reservas energéticas dos embriões aquando da eclosão ou o tamanho e perfil energético das larvas na altura da metamorfose, condicionam a sua adaptação ao meio no qual se desenvolvem e o sucesso das fases subsequentes do seu ciclo de vida. Direta ou indiretamente, os efeitos maternais condicionam o fenótipo da descendência, e influenciam a sua evolução. Embora ainda pouco estudados no meio marinho, os efeitos maternais têm um papel muito importante a nível biológico e ecológico. Nesta revisão, apresentamos os diferentes tipos de efeitos maternais e discutimos como estes atuam sobre a descendência.
Publicado
2016-01-01
Secção
Artigos