A expressão genética como ferramenta de avaliação de impactos da poluição por pesticidas em sistemas aquáticos

  • Joana Luísa Pereira CESAM e Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
  • Fernando Gonçalves CESAM e Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Expressão genética, Microarrays de ADN, Pesticidas, Efeitos tóxicos, Daphnia magna, Zooplâncton

Resumo

O uso de pesticidas é objecto de controvérsia: são geralmente necessários para o sucesso da produção agrícola, mas a contaminação do solo e de sistemas aquáticos (e.g. lagos e rios) é prejudicial para muitas espécies. A utilização de insecticidas é particularmente preocupante porque grande parte da biomassa aquática é composta por artrópodes semelhantes aos organismos-alvo (pragas). A utilização das biomoléculas de ADN e dos seus mecanismos operativos (e.g. formação de ARN mensageiro durante a síntese proteica) é uma das mais recentes biotecnologias aplicadas à análise dos efeitos nefastos de compostos tóxicos. De uma forma simplificada, sabendo que, em condições controlo, um organismo aquático produz X moléculas de ARNm, ao observar que, após exposição a um insecticida, produz 2X ou -2X, pode concluir-se que o organismo foi afectado pela exposição. Posteriormente analisando a função dos genes envolvidos neste processo, pode concluir-se acerca dos mecanismos biológicos que foram inibidos ou estimulados, podendo estimar-se riscos do insecticida para o ecossistema. O objectivo deste estudo foi verificar as alterações na expressão genética de um zooplanctonte (Daphnia magna) após exposição a Metomil, um insecticida muito usado em Portugal. Para tal, utilizou-se um chip de ADN (microarray), que permite o estudo da expressão de milhares de genes numa só leitura.
Publicado
2009-01-01
Secção
Artigos