Helenos e Bárbaros em Ésquilo: Autognose e problematização do Eu na representação do Outro
Resumo
O binómio grego-bárbaro oferece-se, já em Ésquilo, como relativo. Auniversalidade do princípio do excesso e do castigo em Os Persas toca, como possibilidade, também o Grego uma vez infringida a Dike. Por outro lado, a distorção do comportamento político, em Sete contra Tebas, é encerrada com cores inspiradas no excesso asiático, parecendo levar à interrogação: "não haverá, entre nós, Gregos, sementes de barbárie?" Finalmente, em Suplicantes, esbate-se a fronteira identificativa do Grego e do Não-Grego, denunciando-se, inclusivamente, gradações de aculturação ao estranho.
Por outro lado, o universo helénico, se coeso na sua harmonia e consonância entre deuses, instituições, homens e natureza, revela a capacidade de se abrir ao estranho e o assimilar na sua própria ordem, valorizando-se - se não na realidade, pelo menos no imaginário esquiliano.