O Uraguay, de Basílio da Gama: questões retórico-políticas coloniais entre a Antiguidade e a Modernidade

  • Dreykon Fernandes Nascimento Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória
  • Leni Ribeiro Leite Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória
Palavras-chave: Primeira Modernidade;, América Portuguesa;, Basílio da Gama;, O Uraguay;, Multilinguismo;, Poesia Épica;

Resumo

Este artigo é resultado de um projeto de pesquisa que buscou observar o uso da máquina retórica e poética da Antiguidade durante o conturbado período pombalino português e seu impacto na América Portuguesa. Entendemos que a Primeira Modernidade utilizou-se dos elementos discursivos legados pela Antiguidade como instrumento de construção prática e simbólica de um enunciado acerca dos conflitos que se desenrolavam nas colônias, e usamos como exemplo de análise e observação deste fenômeno o proêmio do poema O Uraguay, do autor luso-brasileiro Basílio da Gama.

Referências

ALLEN, J. H.; GREENOUGH, J. B. (2014), Allen and Greenough’s New Latin Grammar for Schools and Colleges. Carlisle, Dickinson College Commentaries.
BASSETO, B. F. (2016; 2017). Quintiliano: Instituição oratória. 5 tomos. Campinas, Editora Unicamp.
BLOEMENDAL, J. (2015), “Introduction: bilingualism, multilingualism and the formation of Europe”: J. BLOEMENDAL (coord.) (2015), Bilingual Europe: Latin and vernacular cultures, examples of bilingualism and multilingualism c. 1300-1800. Leiden; Boston, Brill, 1-14.
CAMÕES, L. de (2018), Os Lusíadas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.
DEVINE, A. M.; STEPHENS, L. D. (2006), Latin Word Order. Structured Meaning and Information. Oxford, Oxford University Press.
FARIA, E. (1958), Gramática Superior da Língua Latina. Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica.
FERREIRA, A. (2000 [1598]), Poemas Lusitanos. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
FERREIRA, F. L. (1718), Nova Arte de Conceitos que com o Titulo de Licções Academicas Na publica Academia dos Anonymos de Lisboa, Dictava, e Explicava o Beneficiado Francisco Leytam Ferreyra, Academico Anonymo, 2 tomos. Lisboa, Oficina de António Pedrozo Galram.
FREIRE, F. J. (1759). Arte Poetica ou Regras da Verdadeira Poesia em geral, e de todas as suas especies principaes, tratadas com juizo critico, 2 tomos. Lisboa, Oficina Patriarcal de Francisco Luiz Ameno.
GAMA, J. B. da (1769), O Uraguay. Lisboa, Regia Officina Typografica.
HANSEN, J. A. (1995). “Práticas Letradas Seiscentistas”: Discurso 25 (1995) 153-84.
HANSEN, J. A. (2006), “Letras coloniais e historiografia literária”: Matraga 18 (2006) 13-44.
HANSEN, J. A. (2008), “Notas sobre o gênero épico”: I. Teixeira (ed.) (2008), Multiclássicos: Épicos. São Paulo, Edusp, 17-91.
HORÁCIO, Ars Poetica. Disponível em: https://latin.packhum. org/loc/893/6/0#0. Acesso em: 10 de julho de 2021.
KOSELLECK, R. (2006), Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos, trad. W. P. MAAS; C. A. PEREIRA. Rio de Janeiro, Contraponto.
LACHAT, M. (2019), “Letras e literatura: continuidades e descontinuidades”: Revista USP 121 (2019) 45-60.
LEITE, L. R. (2019), “Leitura e literatura no Brasil Colônia: esquecimentos e apagamentos dos séculos XVI ao XVIII”: Contexto 36 (2019) 210-38.
LOURENÇO, F. (2019), Nova Gramática do Latim. Lisboa, Quetzal.
LUCANO, Bellum Civile. Disponível em: https://latin.packhum.org/loc/ 917/1/0#9. Acesso em: 10 de julho de 2021.
LULIO, A. (1558), De Oratione Libri septem: Quibus non modò Hermogenes ipse totus uerumetiam quicquid ferè à reliquis Græcis ac Latinis de Arte dicendi traditũ est, suis locis aptissimè explicatur. Basileia.
MCLACHLAN, K. (2012), Verborum ordo – ordo verborum: the placement of the dependent genitive in Classical Latin. D. Phil in General Linguistics and Comparative Philology. Linacre College, Oxford.
NUNES, C. A. (2016), Vergílio: Eneida. São Paulo, Editora 34.
OSÓRIO, J. A. (1976), Crítica e humanismo no Renascimento: Conferência apresentada na Associação Portuguesa de Estudos Clássicos, 23-51.
OSÓRIO, J. A. (1992). “Humanismo e história”: Humanitas 44 (1992) 461-83.
PÉCORA, A. (1990), “O desejado”: A. NOVAES (coord.) (1990), O desejo. São Paulo, Companhia das Letras; Funarte, 399-414.
PÉCORA, A. (2016). Teatro do Sacramento: a unidade teológico-retórico-política dos Sermões de Antonio Vieira. Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra.
RELAÇÃO Abbreviada da Republica, que os Religiosos Jesuitas das Provincias de Portugal, e Espanha, estabeleceraõ nos Dominios Ultramarinos das duas Monarquias, e da guerra, que nelles tem movido, e sustentado contra os Exercitos Hespanhoes, e Portuguezes. Formada pelos registros das Secretarias dos dous respectivos principaes Comissarios, e Plenipotenciarios; e por outros Documentos authenticos (1757).
SEABRA, A; FARIA, A. P. C. (2005), [Cícero]: Retórica a Herênio. São Paulo, Hedra.
VALENTE, A. M. (2008), Aristóteles: Poética. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
VANIÈRE, J. (1774 [1706]), Praedium Rusticum. Mathurinensium, Jos. Barbou.
VERBEKE, D. (2015), “Neo-latin’s interplay with other languages”: The Oxford Handbook of Neo-Latin, S. KNIGHT; S. TILG (coord.) (2015). Oxford: Oxford University Press, 27-40.
VERNEY, L. A. (1746), Verdadeiro Método de Estudar para Ser util à Republica, e à Igreja: Proporcionado ao estilo, e necessidade de Portugal, 2 tomos. Valensa, Oficina de António Balle.
VÓSSIO, J. G. (1647). Poeticarum Institutionum Libri Tres. Amsterdã, Ludovico Elzevirio.
Publicado
2022-03-23