Recusatio e encômio a Domiciano nos proêmios épicos de Estácio (Theb. 1.1-45; Ach. 1.1-19)

  • Natan Henrique Taveira Baptista Universidade Federal do Espírito Santo — Brasil
  • Leni Ribeiro Leite Universidade Federal do Espírito Santo — Brasil
Palavras-chave: Estácio, Proêmio épico, Tebaida, Aquileida, Encômio, Domiciano

Resumo

Analisam-se os proêmios das épicas de Estácio, Tebaida (1.1-45) e Aquileida (1.1‑19), quanto à dedicação da obra a Domiciano. O proêmio tem importância central na obra, pois nele Estácio propõe uma cenografia adequada ao encômio imperial e à justificativa de sua opção pela temática mitológica. Utilizando os conceitos de éthos e cenografia, analisamos os proêmios épicos de Estácio e sustentamos que o modo pelo qual o poeta propõe essa excusatio contribuiu para a determinação de seu lugar poético e para a construção de seu éthos como poeta-cliente.

Referências

BENVENISTE, É. (1988), “Da subjetividade na linguagem”: Problemas de lin-guística geral. v. 1. Trad. M. da G. NOVAK e M. L. NERI. Campinas, Pontes, 284-293.
BRAUND, S. M. (2004), “Introduction”: JUVENAL and PERSIUS (2004). Ed. trans. S. M. BRAUND. Cambridge, Harvard University, 1-39.
FIORIN, J. L. (2013), “Organização linguística do discurso: enunciação e comunicação”: R. FIGARO (org.) (2013). Comunicação e análise do discurso. São Paulo, Contexto, 45-67.
FREUDENBURG, K. (2014), “Recusatio as political theatre: Horace’s letter to Augustus”: JRS 104 (2014) 105-132.
FRIEDLÄNDER, P. (1931), “Vorklassisch und nachklassisch”: W. JAEGER (hrsg.) (1931), Das Problem des Klassischen und die Antike: acht vorträge gehalten auf der Fachtagung der klassischen Altertumswissenschaft zu Naumburg 1930. Berlin, Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 33-46.
GAMBASH, G. (2016), “Flavian Britain”: A. ZISSOS (ed.) (2016), A companion to the Flavian Age of imperial Rome. Malden, Wiley-Blackwell, 76-91.
GENETTE, G. (1995), Discurso da narrativa. Trad. F. C. MARTINS. Lisboa, Vega.
GRIMAL, P. (2005), Dicionário da mitologia grega e romana. Trad. V. JABOUILLE. Rio de Janeiro, Bertand Brasil.
HABINEK, T. (2005), Ancient rhetoric and oratory. Oxford, Blackwell.
HEUVEL, H. (1932), Publii Papinii Statii Thebaidos liber primus: versione Batava commentarioque exegetico instructus. Zutphen, N. V. Drukkerij Nauta & Co.
JONES, B. W. (1992), The emperor Domitian. New York, Routledge.
KYTZLER, B. (1960), “Bemerkungen zum Prooemium der Thebais”: Hermes 88.3 (1960) 331-354.
LEITE, L. R. (2003), O patronato em Marcial. 2003. 74 f. Dissertação de mestrado (Mestre em Letras Clássicas) ― Programa de Pós-graduação em Letras Clássicas, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
MAINGUENEAU, D. (2009), “A propósito do ethos”: A. R. MOTTA; L. S. SALGADO (org.) (2009). Ethos discursivo. São Paulo, Contexto, 11-29.
MAINGUENEAU, D. (2010), Doze conceitos em análise do discurso. Trad. A. SOBRAL et alii. São Paulo, Parábola.
MAINGUENEAU, D. (2014), Discurso literário. Trad. A. SOBRAL. São Paulo, Contexto.
MANASSEH, J. (2017), A commentary on Statius’ Thebaid 1.1-45. 96 f. 2016. Thesis (Master of Philosophy, Greek and Latin) ― School of Classics, University of St. Andrews, St. Andrews.
MUNIZ, L. de A. (2017), A cenografia discursiva das Geórgicas. 261 f. 2017. Tese (Doutorado em Linguística) ― Programas de Pós-Graduação em Linguística, Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
NAUTA, R. R. (2002) Poetry for patrons: literary communication in the age of Domitian. Leiden, Brill.
OLIVA NETO, J. Â. (2013), Dos gêneros da poesia antiga e sua tradução em português. 262 f. 2013. Tese (Livre Docência em Letras Clássicas) ― Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.
OVÍDIO. (2010), “Metamorfoses”: CARVALHO, R. N. B. de. Metamorfoses em Tradução. 158 f. 2010. Relatório (Pós-doutoramento em Letras Clássicas) ― Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas, Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 38-158.
PERELMAN, C. (1993), O Império Retórico: retórica e argumentação. Trad. F. TRINDADE e R. A. GRÁCIO. Lisboa, Asa.
PERNOT, L. (2015), Epideictic rhetoric: questioning the stakes of ancient praise. Austin, University of Texas.
PETERS, H. (2006), “Praeteritio”: T. O. SLOANE (ed.) (2006), Encyclopedia of rhetoric. Oxford, Oxford University, 659.
RETÓRICA a Herênio. (2005). Trad. A. P. C. FARIA e A. SEABRA. São Paulo, Hedra.
ROSATI, G. (2002) “Muse and power in the poetry of Statius”: E. SPENTZOU and D. FOWLER (ed.) (2002). Cultivating the Muse: struggles for power and inspiration in Classical Literature. Oxford, Oxford University, 229-251.
SCHETTER, W. (1962), “Die einheit des Prooemium zur Thebais des Statius”: MH 19.4 (1962) 204-217.
SOUTHERN, P. (1997), Domitian: Tragic Tyrant. New York, Routledge.
STATIUS. (2003), Thebaid: Books 1-7. Trans. D. R. SHACKLETON BAILEY. Cambridge, Harvard University.
STATIUS. (2004), Thebaid: Books 8-12. Achilleid. Trans. D. R. SHACKLETON BAILEY. Cambridge, Harvard University.
STATIUS. (2008), Thebaid: a song of Thebes. Trans. J. W. JOYCE. Ithaca, Cornell University.
STATIUS. (2015), Achilleid. Trans. S. LOMBARDO, Intro. P. HESLIN. Indianapolis, Hackett.
USHER, S. (1965), “Occultatio in Cicero’s Speeches”: AJPh 86 (1965) 175–85.
USHER, S. (2008), “Sententiae in Cicero Orator 137-9 and Demosthenes De corona”: Rhetorica 26.2 (2008) 99-111.
Publicado
2019-04-01