Aspetos do condicional no Livro dos Oficios: que valores traduz um tempo inexistente em Latim?

  • Mafalda Frade CLUNL, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), Universidade Nova de Lisboa — CLLC, Departamento de Línguas e Culturas, Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Futuro do passado;, condicional;, modalidade;, gramaticalização;, Livro dos Oficios.

Resumo

Sabe-se que o condicional não existe em Latim, que marca de outro modo os valores que este paradigma pode veicular. Assim sendo, o seu uso na Idade Média marca uma inovação românica. Tendo isto em conta, pretende-se neste estudo comparar as ocorrências de condicional no Livro dos Oficios e as formas e construções traduzidas da obra latina De officiis de Cícero, de forma a averiguar se os valores que o condicional traduz são idênticos aos que este paradigma assume hoje (como o valor temporal, a expressão da condição e valores modais relacionados com a expressão da possibilidade, dúvida, etc.).

Referências

AFONSO, Ana Cristina Gonçalves (2018), O Condicional/Futuro do Pretérito: entre tempo e modalidade (Diss. Mestrado), Lisboa: FCSH NOVA.
ALI, Said (1971), Gramática histórica da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica.
ALKIRE, Ti e ROSEN, Carol (2010), Romance Languages: A Historical Introduction. Cambridge: CUP.
ALMEIDA, N. M. (1979), Gramática metódica da língua portuguesa. São Paulo: Edições Saraiva.
BROCARDO, T. (2016), “O Futuro do passado/Condicional — elementos para um estudo diacrónico”: BARROS, Alvanira L. e BROCARDO, Teresa (org.) (2016), Estudos sobre o verbo em português. João Pessoa: Ideia.
CINTRA, L. F. Lindley e CUNHA, C. (2013), Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Sá da Costa.
COMPANY COMPANY, Concepción (2006), “Tiempos de formación romance II. Los futuros y condicionales”: COMPANY COMPANY, C. (dir.) (2006), Sintaxis histórica de la lengua española. Cidade do México: FCE/UNAM.
ERNOUT, A. e THOMAS, F. (1951), Syntaxe latine. Paris: Klincksieck.
FREITAG, Raquel Meister Ko e ARAÚJO, Andréia Silva (2011), “Passado condi-cional no Português: formas e contextos de uso”: Caligrama 16.2 (2011) 199 228.
HUBER, J. (1933), Gramática do português antigo. Lisboa: FCG.
KLAUSENBURGER, Jürgen (2000), Grammaticalization: Studies in Latin and Romance Morphosyntax. Amsterdam: John Benjamins.
MARQUES, Rui (2013), “Modo”: RAPOSO, Eduardo P. et alii (2013), Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Vol. I, 673 693.
NEVES, M. H. M. (1999), “As construções condicionais”: NEVES, M. H. de M. (org.) (1999), Gramática do português falado. São Paulo: Humanitas/ FFLCH/USP, 497-544.
OLIVEIRA F. & I. DUARTE (2012), “Le conditionnel et l’imparfait en portugais européen” : Faits de langues 40 (2012) 53-60.
OLIVEIRA, F. (2003a), “Tempo e aspecto”: MATEUS, M.H.M. et alii (2003), Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Caminho, 127-172.
OLIVEIRA, F. (2003b), “Modalidade e modo”: MATEUS, M.H.M. et alii (2003), Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Caminho, 243-272.
OLIVEIRA, F. (2013), “Tempo verbal”: RAPOSO, Eduardo P. et alii (2013), Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Vol. I, 509-553.
OLIVEIRA, Marilza (2003-2004), “Amare aveva or amare iva? A new look at the grammaticalization of Portuguese Conditional”: Revista Linguística 15/16 (2003-2004) 175-184.
PINKSTER, Harm (1995), Sintaxis y semántica del Latín. Madrid: Ediciones Clásicas.
Publicado
2020-03-28