Ovidio, el poeta sincero (Amores, 1.1-5)

  • Carlos de Miguel Mora Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Ovídio, Amores, sinceridade, verosimilhança, personagem-narradora, narrador meta-poético

Resumo

É lugar comum na crítica literária acusar o Ovídio elegíaco de insinceridade. Na inevitável comparação que se costuma estabelecer entre os Amores e a obra de Tibulo e Propércio, insiste-se na verosimilhança que estes autores apresen-tam, por oposição ao aparente distanciamento do poeta de Sulmona. Neste artigo pretende-se, num primeiro momento, fixar as bases teóricas que permitam afirmar onde é que reside a impressão de sinceridade que um poeta transmite para, a seguir, estabelecer os critérios que autorizem a qualificar Ovídio como um poeta sincero. Se é certo que, a partir de uma perspectiva poética ou de uma retórica, achamos que Ovídio parece, efectivamente, um poeta pouco sincero, julgamos porém que, do ponto de vista da pragmática literária, estabelecendo distinções entre as personagens-narradoras que Ovídio cria, é possível descobrir que o nosso poeta é o mais sincero de todos os elegíacos.

Publicado
2006-01-01
Secção
Artigos